segunda-feira, 29 de junho de 2009

Glossário sânscrito da Bhagavad Gītā



A

Achárya - mestre, preceptor.

Ashyuta - firme, forte, imutável, eterno, imortal. Um dos títulos de Vishnu e de Krishna.

Adharma - injustiça, impiedade. Ver dharma.

Adhibhúta - Ser supremo.

Adhidaiva - Divindade suprema.

Adhiyajña - sacrifício supremo.

adhyátman - Espírito supremo.

Aditya - o Sol.

Adityas - filhos de Aditi, mãe dos deuses. As doze personificações do Sol em cada signo do Zodíaco, que presidem os doze meses do ano. Seu chefe é Vishnu, que preside o mês em que começa a primavera.

Agni - fogo ou deus do fogo.

ahamkára - egotismo, ou consciência do ser pessoal. O princípio graças ao qual adquirimos o sentimento da própria personalidade, e a ilusória noção de que o não-Eu (corpo) é o Eu (Espírito), a atribuição de todas as ações do Eu que é inativo e imutável.

Airávata - rei dos elefantes, cavalgadora do deus Indra.

Akasha - espaço, éter.

Amrita - néctar dos deuses, ambrósia ou alimento da imortalidade.

Ananta - rei dos nagas. Serpente de mil cabeças, sobre cujo corpo descansa Vishnu. Ao fim de cada kalpa, vomita um fogo devorador que destrói toda a criação. É símbolo da eternidade.

Antahkarana - as faculdades internas: Buddhi, Ahamkára e Manas, que, consideradas em conjunto, constituem o "orgão interno", ou alma, cuja atividade se estende ao passado, presente e futuro.

Antarátman - alma.

Aparaprakriti - a natureza inferior da divindade.

Arjuna - terceiro dos príncipes Pándavas. Filho de Pándu e Prithá, ou Kuntí. Na verdade, Arjuna foi misticamente engendrado pelo deus Indra.

Arya - nobre.

Aryaman - chefe dos pitris.

Asat - não-ser. A natureza objetiva considerada ilusória.

Asita - um dos rishis.

Asuras - demônios, inimigos dos suras (deuses).

Átman - o Eu Supremo, Espírito. Significa também: natureza, essência, caráter, vida, coração, mente, inteligência, pensamento, etc.

Avatar - equivale a encarnação, especialmente de um deus que desce à Terra assumindo uma forma visível.

Avyakta - imanifesto, invisível.

Avyaya - imutável, imperecível.

Ashwattha - figueira sagrada.

Ashwattháma - filho de Dróna, um dos comandantes do exército Kaurava.

Ashvins - gêmeos filhos do Sol, chamados Násatya e Dasra.


B
Bhagavad Gítá - canto do Senhor.

Bhakti - adoração, devoção, amor divino.

Bhakti Yoga - caminho da devoção.

Bhárata - suposto primeiro rei da Índia.

Bharatiya - descendente de Bhárata.

Bhima - segundo dos príncipes Pándavas, engendrado misticamente por Váyu, deus do ar. Comandante do exército Pándava.

Bhíshma - cunhado de Vishitravírya, chefe do exército Kaurava.

Bhrigu - chefe dos grandes rishis.

Bhútas - espíritos elementares. Segundo a fantasia popular, são larvas, vampiros, duendes, fantasmas ou espíritos maléficos que freqüentam cemitérios, animam os corpos dos mortos e devoram seres humanos.

Brahman - o Ser Supremo, o Absoluto, o Espírito Universal e Eterno; o Impessoal, Supremo e inconcebível princípio do Universo.

Brahmá - divindade material e perecível, personificação do poder criador de Brahman.

Brahmachárya - voto de castidade.

Brahma-sútras - aforismos relativos a Brahman.

Bramána ou Brâmane - indivíduo da casta sacerdotal, a primeira das quatro castas da Índia. Comentários ou interpretações de certas partes dos Vedas.

Brihaspati - sacerdote de Indra, preceptor dos deuses. O planeta Júpiter.

Brihat Saman - o grande hino. Faz parte do Sama Veda.

Buddhi - intelecto, razão, juízo, entendimento, conhecimento. O poder pensante em si mesmo, independente das impressões recebidas pelos sentidos; a faculdade de julgar, discernir e decidir.

Buddhi Yoga - caminho do conhecimento.


C
Chaitanya - mente, entendimento, inteligência, consciência.

Chakra - disco, arma de arremesso.

Chara - móvel, animado.

Chekitána - rei dos Pándavas.

Chela - discípulo, neófito.

Cheta - mente, pensamento, ânimo, coração, alma.

Chitraratha - chefe dos Gandharvas, ou músicos celestes.

Chitta - mente, inteligência, pensamento. Ver Antahkarana.


D
Daityas - gigantes descendentes de Diti. Lutaram com os deuses pela soberania dos céus; vencidos, refugiaram-se no inferno.

Dánavas - gigantes ou demônios descendentes de Dánu.

Deva - ser celestial, divindade inferior.

Devala - um dos filhos de Vishwamitra. Por sua grande sabedoria, chegou a ser um dos sete Rishis.

Devarishis - Rishis divinos. Semideuses que habitam o céu de Indra.

Dhananjaya - que acumula riquezas.

Dharma - lei, religião, justiça, dever, piedade, virtude, prática. Deus da justiça.

Dhrishtadyumna - filho de Drupada, um dos chefes do exército Pándava.

Dhrishtakétu - rei de Chedi, aliado dos Pándavas.

Dhritaráshtra - rei de Hastinápura. Cego de nascença, teve que renunciar ao trono em favor de Pándu, seu irmão menor. Teve cem filhos com Gándharí. O mais velho era Duryodhana.

Draupadí - nome de família da filha do rei Drupada, esposa comum dos cinco príncipes Pándavas.

Dróna - sábio bramána, preceptor militar dos príncipes Kauravas e Pándavas, um dos chefes do exército Kaurava.

Drupada - rei dos Panchálas, um dos chefes do exército Pándava.

Duryodhana - primogênito dos príncipes Kauravas, filho de Dhritarashtra. Dominado pela inveja e pela ambição, foi causa da guerra entre Kauravas e Pándavas.

Dvandvas - pares contrários. É a suscetibilidade ao prazer e à dor, a luta das paixões, a ilusão nascida das simpatias e antipatias.

Dvija - duas vezes nascidos. Título dado em geral aos bramánas.


G
Gandharvas - seres celestiais, músicos ou cantores dos deuses. Habitam o paraíso de Indra.

Gándíva - que fere no rosto. Nome do arco de Arjuna, presente de seu pai, o deus Indra.

Gítá - canto, poema, hino.

Govinda - vaqueiro. Krishna recebeu esse qualificativo por ter sido criado na família de um vaqueiro chamado Nanda.

Gudákesha - senhor do sono, ou "de cabeleira redonda", sobrenome de Arjuna.

Gunas - os três modos, qualidades ou atributos que constituem a matéria: sattwas, rajas e tamas.

Guru - qualquer pessoa venerável ou digna de respeito. Mestre espiritual.


H
Hari - um dos nomes de Vishnu. O que dissipa a ignorância.

Hrishikesha - senhor dos sentidos, "o de cabeleira frisada". Sobrenome de Krishna.


I
Ikshváku - filho do legislador Manu; primeiro rei da Dinastia Solar e um dos rishis reais.

Indra ou Vásava deus do firmamento, rei das divindades siderais.

Indriyas - Os cinco órgãos de sensação ou percepção e os cinco órgãos de ação.

Ishvara - Deus, Senhor, Soberano.


J
Jáhnaví - filha de Jahnu, o rio Ganges.

Janaka - rei de Mithila, um dos grandes richis, célebre por sua sabedoria e santidade.

Janárdana - sobrenome de Vishnu e de Krishna. Significa "perseguidor de inimigos", "o adorado pela humanidade", etc.

Japa-yajña - sacrificlo que consiste na recitação em voz baixa, fórmulas, orações ou textos sagrados.

Jiva - vida, ser vivente, o Eu ou espírito individual.

Jivátman - espírito individual encarnado em um ser.

Jñána - conhecimento, saber, inteligência. Conhecimento adquirido através dos livros, ou de ensinarnentos orais dos mestres.

Jñána Yoga - Yoga da sabedoria ou conhecimento.

Jayadratha - rei dos Sivis, ou Sindhavas, um dos chefes do exército Kuru.


K
Kála - tempo, morte.

Kalpa - um ciclo, ou seja, um Dia de Brahman.

Káma - Deus do amor e senhor das ninfas celestes. É representado como um belo rapaz, armado de arco e cinco flechas enfeitadas com flores, com que fere os sentidos. Significa também: desejo, amor, prazer, inclinação, etc.

Kámaduk - vaca da abundância, da qual se podia extrair o que se quisesse.

Kandarpa - outro nome de Káma.

Kapila - célebre asceta (muni), fundador do sistema Sámkhya.

Karma - ação, obra, função, ofício, cargo, dever, etc. Também significa o destino que surge da natureza de cada indivíduo, moldado por suas palavras, ações, pensamentos e desejos (da existência atual ou das anteriores).

Karma Yoga - devoção através das obras. Caminho da ação.

Karmendriyas - Os cinco órgãos ou poderes de ação.

Karna - rei de Anga e um dos chefes dos Kurus.

Kavi - poeta, sábio.

Kshatriya - guerreiro. Indivíduo pertencente a segunda casta da Índia.

Kshetra - matéria, ou seja, o campo, meio, veículo ou corpo em que reside o espírito.

Kshetrájña - conhecedor de kshetra, o espírito.

Keshava - outro dos nomes de Krishna. Significa "o de abundante cabeleira".

Krishna - oitava encarnação de Vishnu; o Salvador; o deus mais popular da Índia. Filho de Vasudeva e Devaki, era primo de Arjuna. Para escapar da perseguição de seu tio Kansa, foi entregue aos cuidados de uma família de pastores, que vivia do outro lado do rio Yamuná. Percorreu a Índia com seus discípulos, predicando.

Kripa - rei dos Panchalas, um dos chefes do exército kaurava.

Krodha - ira, cólera, furor, ódio, paixão.

Kumáras - Sanaka, Sanandana, Sanátana e Sanatkumára. Nasceram da mente de Brahmá.

Kuntí ou Prithá - uma das esposas de Pándu, mãe de Yudishtira, Bhíma e Arjuna, engendrados misticamente pelos deuses Dharma, Váyu e Indra.

Kuru - antigo rei, antecessor comum dos Kurus e dos Pandavas.

Kurukshetra - campo de Kuru. Lugar santificado pelos atos piedosos de Kuru.

Kuvera ou Vitteza - deus das riquezas. Habita as regiões das trevas como rei dos Yakshas e Rákshasas, que são os guardiães de seus tesouros.

Kuza - erva sagrada da Índia.


L
Linga - corpo sutil constituído pelo buddhi, ahamkára, manas e pelos dez indriyas, unidos pelos cinco elementos sutis (tanmátras).

Logos - a deidade manifesta; expressão ou efeito da causa que permanece oculta, imanifesta.

Loka - mundo, região, lugar, geração, humanidade.


M
Mádhava - sobrenome de Krishna.

Madhu - gigante morto por Krishna.

Mahábáhu - "o de braço poderoso", título dos príncipes ários.

Mahabhárata - a grande guerra dos Bháratas. Epopéia indiana. A Bhagavad Gítá é um dos seus episódios.

Mahabhútas - Os cinco elementos compostos: éter, ar, fogo, água e terra.

Maharishis - grandes rishis.

Mahatma - grande alma.

Mahakalpa - período de tempo que compreende cem anos de Brahmá.

Mahayuga - grande idade. Consta de quatro yugas (idades).

Makara - monstro marinho, montado por Varuna, o deus do oceano.

Manas ou Manah - o sentido interno, que comanda a ação dos sentidos e analisa, sintetiza e elabora as impressões transmitidas por estes.

Mantra - oração, hino ou canto religioso.

Manu - personificações do pensamento divino, presidem os diversos ciclos da existência.

Manwantara - Dia de Brahmá.

Márichi - chefe dos Maruts, personificações dos ventos. Um dos antecessores solares da Humanidade, um dos sete rishis primitivos.

Maruts - deuses ou personificações dos ventos.

Máyá - ilusão. O poder mágico do pensamento, capaz de criar formas ilusórias, criador do mundo dos fenômenos.

Medhá - inteligência, conhecimento, sabedoria.

Moksha - Libertação, salvação. Libertação de todo nexo com a matéria. União do espírito individual com o espírito universal.

Múlaprakriti - matéria primordial, informe e indiferenciada, da qual surgem todas as formas materiais do Universo.

Muni - santo inspirado, asceta que observa o voto do silêncio e vive isolado, entregue à contemplação.


N
Nagas - serpentes com rosto humano, dotadas de grande sabedoria e linguagem.

Nakula - quarto dos príncipes pándavas, filho de Madrí, engendrado por Násatya.

Nara - homem.

Narada - um dos dez progenitores da Humanidade, nascidos de Brahmá.

Naraka - inferno, lugar onde os mortais expiam suas culpas, sofrendo o castigo que merecem.

Nirvana - completa absorção do Eu, ou espírito individual no espírito universal, de que é uma parte. O homem deixa de existir como homem para existir como Deus em um estado de repouso consciente na onisciência, em eterna bem-aventurança.


O
OM ou AUM - mistério dos mistérios, essência da sabedoria. A palavra que manifesta a divindade.


P
Pándava - nome derivado de Pándu, designa seus descendentes.

Pandita - professor, sábio.

Pándu - segundo filho de Vyása, irmão do rei cego Dhritaráshtra, pai adotivo dos cinco príncipes pándavas.

Parabrahman - supremo Brahman.

Paramátman - espírito supremo.

Parameshvara - Senhor suprerno. Um dos nomes de Vishnu.

Parantapa - perseguidor de inimigos.

Paraprakriti - a natureza superior da divindade.

Pártha - nome de família de Arjuna, filho de Prithá.

Pávaka - fogo, ou deus do fogo.

Pisháshas - asuras inferiores, gênios maus, ou vampiros.

Pitris - deuses manes, deuses lunares, antecessores da Humanidade. Manes dos antepassados.

Prahláda - rei dos Daityas.

Prajapáti - progenitor, criador.

Prakriti - natureza material em oposição a Purusha, ou Espírito. Eterna e incriada como o Espírito, diferencia-se deste por ser inconsciente, ativa e sempre sujeita a transformações.

Pralaya - dissolução, destruição, fim, morte. A noite de Brahmá, ou período de dissolução do Universo.

Prána - princípio de vida, alento vital.

Pránáyáma - um dos exercícios preparatórios do Yoga.

Pranava - lisonja, ou expressão laudatória.

Pretas - seres humanos desencarnados que habitam as regiões das sombras.

Purusha - homem, ser masculino, princípio criador, espírito divino. Espírito em contraposição à matéria (Prakriti), princípio espiritual, eterno consciente, incriado, inativo e imutável.

Purushottama - princípio supremo, espírito ou ser. Título da divindade suprema.

Purujit - aliado dos Pándavas.


R
Rájarishis - rishis reais.

Rajas - segunda qualidade da matéria. Paixão, agitação, mobilidade, atividade, ambição, dor, etc.

Rakshasas - espíritos malignos inimigos dos deuses e dotados de grande poder.

Ráma - sétima encarnação de Vishnu.

Rishis - sábios que, mesmo depois de completar sua evolução como homens, permanecem em contato com a Humanidade, ajudando-a a progredir.

Rig Veda - o mais antigo dos Vedas.

Rudras - seres celestiais, semideuses, senhores dos três mundos celestiais. São onze e personificam os onze atributos de Shiva. Seu chefe é Hara, ou Shankara, que é o próprio Shiva, terceira pessoa da trindade hindu.


S
Sádhyas - santos, perfeitos. Divindades inferiores ou deuses cósmicos que habitam a região intermediária entre o Céu e a Terra.

Sahadeva - quinto dos príncipes Pándavas. Filho de Madrí, engendrado por Dashra.

Samádhi - contemplação extática em que se chega a perder a consciência da própria individualidade. O grau superior do Yoga.

Samsára - ciclo de nascimentos e mortes, a vida transmigratória, existência terrena.

Sámkhya - um dos seis Darshanas, ou sistemas filosóficos da Índia, fundado por Kapila.

Sannyása - renúncia, abandono. Renúncia à ação relacionada com os desejos.

Sannyási - renunciador. Asceta que vive isolado, dedicando-se exclusivamente a contemplação e ao conhecimento do Espírito.

Sanjaya - sutá do rei Dhritaráshtra. Dotado por Vyasa da percepção celeste, para poder informar o rei cego dos detalhes da batalha, inclusive do diálogo entre Krishna e Arjuna.

Sarga - emanação, criação.

Sat - Aquele que é, o Ser, a Realidade Única.

Sattva - a primeira das três qualidades da matéria: bondade, pureza, verdade, luz, placidez, estabilidade, energia, etc.

Siddhas - seres humanos que por seu saber e santidade chegam a uma condição semidivina.

Shabda-brahman - literalmente "Palavra-Brahman", os Vedas, ou seja, a palavra divina.

Shankara - "o que causa a felicidade"; um dos nomes do deus Shiva.

Shástra - escritura, livro sagrado, ensinamento, lei, preceito.

Shiva - terceira pessoa da trindade hindu, o deus destruidor, que destrói para regenerar.

Shráddha - fé, crença, confiança.

Shruti - revelação.

Shúdra - indivíduo da casta inferior, a dos servos.

Shwapáka - pária, homem degradado. Literalmente, "o que come carne de cachorro".

Skanda - segundo filho de Shiva, o deus destruidor. Deus da guerra, o planeta Marte.

Sloka - estância, versículo.

Soma - a Lua, a seiva, bebida sagrada.

Subhadrá - irmã de Krishna, esposa de Arjuna.

Suras - deuses inferiores em luta contínua com os asuras (demônios). São chefiados pelo deus Indra.

Sutá - condutor de carro.

Svarga - céu, paraíso de Indra, situado no monte Meru.


T
Tamas - terceira das qualidades da matéria. Escuridão, trevas, torpeza, ignorância, apatia, negligência, inércia, insensatez, etc.

Tanmátras - Os cinco elementos sutis, correspondentes aos cinco sentidos.

Tat - Aquele, o Universo.

Tattva - essência, realidade, verdade. A realidade absoluta.

Trimurti - trindade composta pelas três divindades: Brahmá (criador), Vishnu (conservador) e Shiva, ou Maheshvara (destruidor ou regenerador).

Tyága - renúncia ao fruto das ações.


U
Uchchaishravas - cavalo branco de Indra.

Uchmapas - uma classe de pritis.

Upádhi - condição, limitação, base, veículo, corpo.

Upanishad - doutrina secreta. Exposição do sentido místico dos Vedas.

Uragas - serpentes divinas, dotadas de grande sabedoria.

Ushana - sábio preceptor dos asuras.


V
Váda - a principal forma de argumentação. Palavra.

Vainateya - ave sagrada de Vishnu.

Vaishya - indivíduo pertencente à terceira casta, a dos comerciantes e agricultores.

Várshneya - descendente de Vrishni. Nome de família de Krishna.

Varuna - deus do oceano.

Vásanás - impressões deixadas pelas experiências vividas no buddhi. Constituem a memória, o instinto, as aptidões e as tendências de cada indivíduo.

Vasanta - primavera.

Vásava - um dos nomes de Indra.

Vasus - seres semidivinos, personificações dos fenômenos cósmicos.

Vásudeva - nome herdado por Krishna de seu pai.

Vásuki - rei das serpentes do inferno.

Váyu - deus do ar; o ar.

Vedánta - o sistema de interpretação dos Vedas. Uma das seis escolas filosóficas da Índia.

Vedas - Escrituras sagradas. Antiquíssirnos, supostamente revelados pelo próprio Brahmá. Inicialmente transmitidos por tradição oral, foram rnais tarde compilados por Vyása.

Vibhága - separação, distinção, diferença, divisão, distribuição, participação.

Vishnu - segunda pessoa da trindade indiana, o deus conservador. É manifestação da energia solar e, por isso, chefe dos adityas.

Vijñána - conhecimento superior, intuitivo, percepção imediata e clara da verdade.

Vikarna - terceiro filho de Dhritaráshtra.

Vivasvat - o que tudo ilumina. O deus-Sol.

Vishvas - deuses inferiores relacionados com as cerimônias fúnebres.

Vrishni - filho de Yadu e um dos antecessores de Krishna, que por isso leva o nome de Varshneya (descendente de Vrishni).

Vyakta - manifesto, visível, diferenciado.

Vyása - compilador. O mais conhecido é Krishna Dwaipáyana, que compilou o Mahabhárata, o Vedánta, etc.


Y
Yajña - adoração, devoção, culto, sacrifício.

Yakshas - demônios ou espíritos malígnos.

Yama - juiz dos mortos.

Yoga - união, conexão, meio, caminho, obra, prática, exercício, esforço, poder, aplicação, atenção, aquisição, harmonia, equilíbrio, recolhimento, concentração mental, meditação, contemplação, devoção, regra, doutrina, ensinamento, livro, tratado, discurso, etc. Designa também o sistema filosófico de Pátañjali. Na acepção de "caminho", ou meio de conhecimento, comporta três divisões: 1) Karma Yoga, caminho da ação, ou devoção através das obras; 2) Jñána Yoga, caminho do conhecimento, que consiste no domínio dos sentidos e da mente, fazendo com que esta se concentre na contemplação do espírito, para receber dele a iluminação; 3) Bhakti Yoga, caminho da devoção amorosa ao Ser Supremo. No sistema de Pátañjali, Yoga designa a união do eu humano com o Eu divino, através da prática assídua da meditação. Graças a essa união mística, o homem adquire um domínio completo sobre o corpo, que lhe permite gozar da percepção das verdades eternas do mundo visível e invisível e desenvolver faculdades maravilhosas, latentes no gênero humano.

Yoga-máyá - o poder criador de ilusão.

Yoga-yukta - consagrado ao Yoga, imerso em meditação.

Yogeshvara - Senhor do Yoga.

Yogi - devoto, asceta, místico.

Yudishtira - o maior dos príncipes Pándavas, filho de Kuntí, engendrado por Dharma, o deus da justiça.

Yuga - idade ou vasto período de tempo. Os yugas anteriores ao atual foram: Krita Yuga, ou Idade de Ouro; Treta Yuga, ou Idade de Prata; e Dwápara Yuga, ou Idade de Bronze. Atualmente nos encontramos no Kali Yuga, Idade Negra, ou Idade de Ferro, iniciada há uns cinco mil anos.

hare krsna...

É MUITO QUERIDO Á MIM



Aquele que não inveja;
que é amigo sincero
de todos os seres vivos;
que não tem senso de posse;
que está livre do egoísmo;
que tem a mesma atitude
na tristeza ou na alegria;
que está sempre satisfeito,
servindo com devoção;
que é sempre determinado
tendo a mente e o intelecto
harmonizados comigo;
é muito querido a mim.

Quem nunca perturba os outros
nem se deixa perturbar,
além da dualidade
do sofrimento e prazer
,livre do medo e da angustia,
também é muito querido.

Aquele que não se apega
nem ao prazer nem a dor,
que não rejeita ou deseja,
renunciando igualmente
ao que agrada ou aborrece,
é muito querido a Mim.

Quem age do mesmo modo
com amigos e inimigos,
e não muda de atitude
no ostracismo ou na glória,
no sucesso ou no fracasso;
quem nunca se contamina;
quem está sempre contente,
com tudo que lhe oferecem;
quem está sempre ocupado
em servir com devoção
– este Me é muito querido.

Quem trilha pelo caminho
do serviço em devoção,
e faz de Mim sua meta
é muito querido a Mim.

Canção do Divino Mestre




A Bhagavad Gita é um dos capítulos do poema épico Mahabhárata, uma das mais importantes contribuições da Índia para a história da cultura universal. Como toda grande obra, fala a todos os leitores, em todas as épocas.

Seu universalismo está presente, por exemplo, no tema do domínio de si, que percorre toda a filosofia indiana. Krishna, o divino mestre, ensina a vida a seu interlocutor. Fala também da alma, da devoção, do trabalho de aperfeiçoamento pessoal.

Fala sobretudo de certas realidades humanas: compreensão, inteligência, estar-livre-da-ilusão, veracidade, perdão, firmeza, felicidade, tristeza, nascimento, decadência, covardia, destemor, eqüidade, não-violência, satisfação, penitência, caridade, infância, fama.

Isso já basta para conquistar o leitor ocidental contemporâneo, para fazê-lo solidário com uma cultura tão profundamente outra.

Esta edição, traduzida diretamente do sânscrito por Rogério Duarte, é acompanhada de um CD que traz 32 "Canções do Divino Mestre" e tem a participação de 29 músicos, entre eles Gilberto Gil, Gal Costa, Tom Zé, Arnaldo Antunes, Chico César e Cássia Eller.

01 - Observando Os Exercitos (Rogerio Duarte)
02 - Leitura De Rogerio Duarte
03 - O Lamento De Arjuna (Chico Cesar)
04 - A Eternidade Da Alma (Gilberto Gil)
05 - Leitura De R. Duarte E Wally Salomao
06 - Exortacao A Luta (Siba)
07 - A Espada Do Saber Transcendental (Belchior)
08 - Quem Parte Na Luz, Quem Parte NaS Trevas (Tom Ze)
09 - Oferenda A Mim (Gal Costa)
10 - A Base Do Supremo (Moreno Veloso)
11 - A Pessoa Suprema (Pericles Cavalcanti)
12 - Leitura De Walter Silveira
13 - As Qualidades Das Pessoas De Natureza Divina (Arnaldo Antunes)
14 - O Homem Demoniaco (Arrigo Barnabe)
15 - Leitura De Walter Silveira E Julio Wong
16 - O Comedor De Cachorro (Cassia Eller-Luiz Brasil)
17 - Deve-Se Pensar Em Deus (Maharaj)
18 - A Pessoa Transcendental (Jussara Silveira)
19 - A Visao Do Yogui Sincero (Ana Amelia E Rogerio Duarte)
20 - Maha Mantra (Tomaz Lima)
21 - Leitura De Taina Guedes
22 - Leitura De Lenine
23 - A Refulgencia De Deus Na Forma Universal (Rogerio Duarte)
24 - A Visao De Krishna Na Forma Universal (Lenine)
25 - Leitura De Lenine
26 - Leitura De Taina Guedes
27 - A Semente Original (Geraldo Azevedo)
28 - Que E Muito Querido A Mim (Elba Ramalho)
29 - A Louvacao De Krishna Por Arjuna (Walter Franco)
30 - A Opulencia Do Absoluto (Oliveira De Panelas)
31 - O Pai Do Universo (Joao Duarte)
32 - Final (A Conclusao De Sanjaya) R. Duarte A. Marsicano

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Galeria de Fotos Bhagavad - Gita

Srimad Bhagavad-Gita's Most Confidential Verse



Excerpts from an Extraordinary Expose

by

Swami Bhaktivedanta Narayana Maharaja

Invocation

om ajnana-timirandhasya jnananjana-salakaya

caksur unmiltam yena tasmai sri-gurave namah

I offer my humble obeisance unto my dear spiritual master who with pure spiritual knowledge has illuminated my consciousness which was blinded by the darkness of nescience.

namah om visnupadaya acarya simha rupine

srimad bhaktiprajnana keshava iti namine

I offer my humble obeisance to Srila Bhakti Prajnan Keshava Goswami, the lion-like acarya who never fears having taken shelter of Lord Krishna.

namah om visnupadaya krishna prestaya bhutale

sri srimad bhaktisiddhanta saraswati iti namine

I offer my humble obeisance to Srila Bhaktisiddhanta Saraswati Prabhupad who is very dear to Lord Krishna in this world having taken shelter of Him.

vancha-kalpatarubhyas ca krpa-sindhubhya eva ca

patitanam pavenebhyo vaisnavebhyo namo namah

I offer my humble obeisance to all the Vaisnava devotees of the Supreme Lord Krishna who just like desire trees bestow the ultimate benediction on humanity being fully compassionate to all living entities.

................ OM TAT SAT ................

It has been unequivocally determined by the previous acaryas in disciplic succession from the four authorised sampradayas that in order to realize the eternal spiritual truths that apply to all created beings knowledge of the Bhagavad-Gita is essential. As long as ones foundation in spiritual life is not substantiated by the divine revelation originally spoken by the Supreme Lord Krishna known as the Bhagavad-Gita and this knowledge has not been firmly established within the consciousness of a living entity, then regardless of how intelligent or advanced in culture and technology they may appear to be they will not possess a complete and comprehensive understanding of spiritual reality.

When we read the Bhagavad-Gita we must also be careful and attentive to read only the commentaries from those authorised by disciplic succession in one of the four authorised Vaisnava schools of knowledge which is well verified in Vedic scriptures. If unaware we make the mistake of reading the comments of those unauthorised outside of disciplic succession we will find ourselves helplessly adrift from the actual truths of the Bhagavad-Gita and hopelessly stranded from the factual meaning of the Bhagavad-Gita.

Lord Krishna gives five levels of instructions in the Bhagavad-Gita. The first level is the general teachings for everyone. Then in a very sublime way He gives four more additional levels of teachings each more exalted than the previous. These teachings although extensive are delineated in a condensed form revealing only the essence. How are we to understand what is the essence? The following example will illustrate this for you.

When one milks a cow the first thing one does is bring the baby calf to the mother so she can give it a little milk. This first milk is like the general teachings of the Bhagavad-Gita. Afterwards the milkman finishes milking the cow and puts the milk into a pot. This milk is like the confidential teachings of the Bhagavad-Gita. But on the top of this milk there will be some cream. This cream is like the more confidential teachings of the Bhagavad-Gita. Yet if we take and churn the cream it will become butter. This butter is like the most confidential teachings of the Bhagavad-Gita. Still if we take the butter and heat it on a low fire it will slowly turn into pure golden ghee. Ghee is the essence of milk. From this essence we cannot obtain anything else. This essence is like the most confidential verse of all in the Bhagavad-Gita. But you must remember and consider that to turn milk into ghee is no ordinary endeavour and also to acquire the understanding and realization necessary to comprehend the essence of all 700 verses of the illustrious Bhagavad-Gita is also no ordinary endeavour. These points should be thoroughly contemplated and reflected upon.

So after the general teachings there are the confidential teachings and then the more confidential teachings and then the most confidential teachings and then the most confidential teaching of all which Lord Krishna reveals in the following most confidential verse in the whole Bhagavad-Gita.

Sanskrit

man-mana bhava mad-bhakto

mad-yaji mam namaskuru

mam evaisyasi satyam te

pratijane priyo 'si me

Anvaya

man-mana bhava..absorb your mind and heart in Me, mad-bhakto..become My devotee, mad-yaji..offer propitiation to Me, mam namaskuru..give humble obeisance unto Me, eva..surely, esyasi..you will come, mam..to Me, satyam pratijane..I promise this in truth, te..to you, asi..being, priyan..very dear, me..to Me.

Translation

Absorb your mind and heart in Me, become My devotee, offer propitiation to Me, just give humble obeisance unto Me, and surely you will come to Me. I promise this in truth to you, being very dear to Me.

Bhagavad-Gita, chapter 18, verse 65

Lord Krishna first gives the topmost instruction man-mana bhava absorb your mind and heart in Me. But if you are unable to do that then Lord Krishna alternatively advises mad-bhakto become My devotee. But if it is not possible to do that then Lord Krishna suggests mad-yaji offer propitiation to Me and if you cannot even do that then Lord Krishna gives the final request of mam namaskuru just give humble obeisance to Me. This final request gives everyone a chance because if one can at least humbly offer their obeisance to the Supreme Lord then the previous three instructions will gradually manifest themselves eventually due to the effect activated by the rendering of this last most simple form of devotion.

Who are those who are dear to the Supreme Lord? Lord Krishna reveals that those who contemplate the Bhagavad-Gita are very dear to the Supreme Lord. One who contemplates the Bhagavad-Gita with their intelligence will propitiate the Supreme Lord by that very act as a performance of sacrifice to Him in acquiring this spiritual knowledge and wisdom. So we who now engage in contemplating this sacred scripture are also dear to Lord Krishna. Lord Krishna is so merciful that he accepts even the contemplation of the Bhagavad-Gita as propitiation to Him.

Man-Mana Bhava

Man-mana bhavo means absorb your mind and heart in God. This is the paramount instruction not easy to achieve and accomplish in this world. For a person to absorb their mind in any singular activity then the eyes, the ears, the nose and all the senses must be completely focused solely on that activity. If the mind cannot concentrate in this way then it is more or less considered to be uncontrolled. Sometimes our minds are peaceful. Sometimes our minds are agitated. Sometimes our minds are desiring sense enjoyment. Sometimes are mind are desiring relaxation. Sometimes our minds are pondering about the future. Sometimes our minds are lamenting over the past. Sometimes our minds are thinking about loved ones and sometimes our minds are thinking about God. This is the conditioned state of human beings everywhere. But if someones mind is fully absorbed in the name, form, qualities and phenomenal pastimes of the Supreme Lord Krishna then this is the most exalted form of worship of all.

When will this be possible? First and foremost their must be sraddha or faith. Without faith nothing can be accomplished. We get up and begin our day each morning solely because of faith. You may wonder what kind of faith allows us to even get up out of bed each day? We will tell you. Faith that the sun will rise each morning. Faith that the air we breathe each second will be full of oxygen. Faith that the water we drink, cook and wash in will be fresh. Faith that our loved ones are well. Faith that the Earth will continue to revolve. Faith that we will be existing tomorrow. Faith in God. In so many ways we are nonchalantly taking faith for granted but the actual fact is that we are always constantly exhibiting firm faith.

Even firm faith though is not enough to attain the level of absorbing ones mind and heart in God. Along with this faith there must be ruci or inspiration or it still will not be possible to achieve this. But even with faith and inspiration it will not be enough without asakti or spiritual attachment and only then at this point can we begin to absorb our minds and after in the stage of bhava or devotional ecstasy we can absorb our hearts also until we attain the stage of prema which is divine transcendental love.

The only way we can attain this is if our heart has been purified; but purity alone is not enough to accomplish this. There must also be something very special, something very wonderful, something very precious accompanying our purified heart and this is the sublime presence and delightful fragrance of loving devotion. If loving devotion is accompanying our purified heart then we will surely be successful in this endeavour.

Lord Krishna gave these paramount instructions to Arjuna while on the battlefield at Kuruksetra. It was very difficult for Arjuna to follow this primary instruction while preparing for war. As it was difficult for him then it is also difficult for us now. We are also at war. You may wonder what we are at war with? We are at war with the tendencies of our own minds which are very restless and unpredictable by nature.

The Supreme Lord Krishna was the driver of Arjunas chariot but the only driver we have is our imperfect intelligence. Arjuna had an invincible chariot given to him by the fire god Agni which could not be destroyed. But we only have a fragile and perishable human body which is subject to old age, disease and death. Arjuna had his intrepid Gandiva bow to subdue his enemies. But we have only an undetermined will. Arjuna had a quiver of unlimited arrows that would never become empty but we have only our unlimited desires. Arjuna had so much help and assistance but still he was unable to follow the instruction man-mana-bhavo absorb your mind and heart in God.

Arjuna replied to Lord Krishna that he was about to engage in warfare with so many enemies on the battlefield in front of him. How will I be able to absorb my mind in this way if I have to absorb my mind in conquering my enemies? I do not see how it is possible for me to do this.

We also have so many enemies opposite us and we are mostly absorbed in them. What are our enemies? They are the desires of the mind, the eyes, the tongue, the stomach and the sexual organs. Our desires are so strong and prevalent that we cannot conquer even one of these desires let alone all of them. There is aphorism in India which says: If there is no bamboo there will be no flute. The desires of lust, greed, anger and envy are all formidably arrayed against us showing no mercy and it is very difficult for us to overcome them. But anyhow we must endeavour to surmount them one way or another anyway if we are to be successful in our spiritual life. If for some reason due to extenuating circumstances beyond our control we are unable to absorb our mind and heart in Lord Krishna then we can try our level best to follow the advice of the next instruction mad-bhakto become My devotee.

Mad-Bhakto

Lord Krishna being very merciful then gives the advice of mad-bhakto become My devotee. Arjuna reflecting on this said it is very easy for one to say they will become a devotee but to actually be one is not so easy.

To actually become a devotee of the Supreme Lord Krishna there is one requirement that is an indispensable prerequisite and that is one should not have even the slightest material desire that is not directly connected for the service of Lord Krishna. For the attainment of bhakti or loving devotional service to Lord Krishna there cannot even be the slightest trace of any material desires in our hearts. Otherwise it is not possible to attain bhakti.

Also to attain bhakti there cannot be even the slightest trace of either:

1) jnana-knowledge acquired by analytical logic

2) karma-engagment in fruitive activities

Of course there must be some jnana or knowledge otherwise we will not even be able to understand what devotional service is; but there must not be even the slightest trace of analysis or logic as the reason for performing our devotional activities. Loving devotion comes solely from the heart and if our hearts are influenced by a logistical brain in an analytical mind then all the loving devotion is spoiled and all our efforts for bhakti are ruined.

Also without karma no one is even able to live. We are always engaged in some form of karma or fruitive activities consciously or subconsciously. Even when we are sleeping we are performing some karma. You may wonder what karma can we be doing while asleep? We are breathing, our hearts are beating, our stomachs are digesting the food we ate, we are changing positions, we are dreaming. These things are also karma. So you must understand that karma is unavoidable. Without these different forms of karma we cannot live even for a second. Anyone who claims to be living entirely without karma is in illusion. We are always making some form of karma. We must eat. We must drink. We must work. We must have some recreation. Factually we are always engaged in all sorts of karmic activities.

So since we are always engaged in so many karmic activities how can we neutralise the reactions that are attached to all of these activities that are covering our devotion? Pay close attention as we will illuminate this extremely confidential subject matter now.

Know that our actions will never cover our devotion if all that we do is for the ultimate satisfaction of the Supreme Lord. Actually all the Vedic scriptures confirm that Lord Krishna is the Supreme Lord of all. In the following authorised Vedic scriptures we find these verses.

ete camsa-kalah pumsah krishnas tu bhagavan svayam

indras vyakulam lokam mrdayanti yuge yuge

All the incarnations are either plenary portions or expansions of plenary portions appearing in various universes to protect the theists; but Lord Krishna is the original supreme lord and the source of all.

Srimad Bhagavatam, Canto 1, chapter 3, verse 8


isvara paramah krishna sac-cid-ananda vigrahah

anadir adir govindah sarva karana karanam

Lord Krishna is the supreme absolute controller, whose form comprises immortality, omniscience and bliss. He is without beginning, the origin of all, the cause of all causes and the source of the Vedas.

Brahma Samhita, chapter 5, verse 1



advaya-jnana tattva-vastu krsnera svarupa

brahman atma bhagavan tina tanra rupa

Lord Krishna the supreme ultimate reality can be perceived in any or all of three ways. As Brahman which is the magnificent impersonal effulgence emanating from the spiritual worlds, as Paramatma the all permeating aspect of the spiritual soul in every living entity and as Bhagavan the eternal spiritual form of the Supreme Lord Krishna.

Sri Caitanya Caritamrita, Adi-lila, chapter 2, verse 65



namo brahmanya-devaya go-brahmana-hitaya ca

jagad dhitaya krsnaya govindaya namo namah

Let me offer my humble obeisance unto Lord Krishna, who is the worshipable deity for all brahminical people, who is the well-wisher of the cows and brahmanas and who is always benedicting all the universes.

Visnu Purana, Canto 1, chapter 19, verse 65

So always remember Lord Krishna and never forget Lord Krishna. When you eat always remember Lord Krishna. When you drink always remember Lord Krishna. When you walk always remember Lord Krishna. When you talk always remember Lord Krishna. When you work always remember Lord Krishna. When you play always remember Lord Krishna. When you go to sleep always remember Lord Krishna. When you awake always remember Lord Krishna. In all that you do always remember Lord Krishna and always do all that you do for the satisfaction of Lord Krishna. This is the complete understanding of what Lord Krishna means when He says mad-bhakto become My devotee.

Although it is understood that there always will be some jnana and karma they both must always be exclusively dependent upon the service of bhakti otherwise they both will cover our bhakti or devotion. When one uses jnana or knowledge for the service of bhakti then by that process itself it becomes bhakti and when one uses karma or actions for the service of bhakti then by that process itself it also becomes bhakti. This is very confidential information.

One performs the very same action in the exact same situation but due to the intention and quality it becomes bhakti or else remains jnana or karma. In learning to discern these things it is very beneficial to receive the compassionate guidance of a spiritual master in the authorised line of disciplic succession. This is an extremely important principle and should be carefully contemplated giving it adequate attention and consideration.

In general everything that we have and everything that we do should be done for the satisfaction of the Supreme Lord. This means connected directly to Him in His service. Spiritually inclined and pious people all over the world are following this maxim. But the most munificent and magnanimous Sri Caitanya Mahaprabhu and the previous acaryas in authorised disciplic succession have given us the special instruction to verily offer our very selves fully to the Supreme Lord Krishna with complete surrender. Then everything we do will be automatically reserved in the service of loving devotion to Him. Whatever we do should be for the satisfaction of Lord Krishna. Then whatever will comes to us will be automatically offered to Him. In this way we become exclusively His by performing bhakti in loving devotional service to Him exclusively.

The nine ways to perform bhakti in devotion to the Supreme Lord Krishna:

1) sravanam - hearing about Lord Krishna

2) kirtanam - glorifying Lord Krishna

3) smaranam - remembering Lord Krishna

4) pada-sevanam - attending at the feet of Lord Krishna

5) arcanam - worshipping Lord Krishna

6) vandanam - praying to Lord Krishna

7) dasyam - becoming a servitor to Lord Krishna

8) sakhyam - becoming a dear friend to Lord Krishna

9) atma-nivedanam - fully surrendering unto Lord Krishna

Learning to perform these nine types of bhakti is the topmost knowledge because it allows us to establish a personal relationship with the Supreme Lord Krishna. In order to properly establish this personal relationship in the beginning stages it is necessary for us to offer everything first to the spiritual master who will then make the offering to Lord Krishna for us. This is because the spiritual master already has an established relationship with Lord Krishna which he received from his spiritual master in disciplic succession and it is he who establishes our bhakti relationship with Lord Krishna in devotional service also following the authorised line of disciplic succession.

Bhakti is extremely difficult to attain in life because it also requires that we have some sukriti or pious merit from a previous birth. Without pious merit from spiritual activities performed in a previous birth it is not possible to attain the platform of loving devotional service in this life. But by the mercy of Lord Krishna through the potency of the spiritual master in direct disciplic succession from Him which also comes from pious merit derived form a previous life and by the mercy of the Vaisnava devotees of Lord Krishna then pure loving devotional bhakti will surely manifest within us.

As the Ganga river descends from the Himalaya mountains and flows naturally to the ocean without making a special effort in the same we want our bhakti to flow from our hearts naturally to Lord Krishna without effort.

There are two distinct processes within these nine types of bhakti:

1) vaidhi-bhakti -devotion strictly following the rules and regulations

2) raganuga-bhakti -spontaneous loving devotion from the heart

Devotion works in these two ways and we must always follow them both. Externally we must perform vaidhi-bhakti in devotional service attentively following all the regulations and injunctions ordained by scripture while internally we will be performing raganuga-bhakti in devotional service within our mind and heart in so many sublime and wonderful ways. With tears flowing from our eyes due to feelings of seperation from the presence of Lord Krishna we should conceive our heart as a beautiful scented flower and offer that flower by our minds and hearts to the lotus feet of Lord Krishna.

One absorbed in raganuga-bhakti should perform devotional service in this manner. Overwhelmed in a great mood of seperation from Lord Krishna while having the one pointed desire of uniting with Him eternally we should see all the realizations within our hearts in the form of flowers and collecting them all string these wonderful realizations together just like a flower garland and humbly offer them to the lotus feet of Lord Krishna.

Great enthusiasm and eagerness to have the association of Lord Krishna is a prerequisite for attaining bhakti. This expressed in hearing and glorifying the Supreme Lord and is also further sub-divided into two types:

1) nisthata-bhakti-devotion performed with resolute faith

2) anisthata-bhakti-devotion performed without resolute faith

Although we have begun the practice of bhakti are faith is not yet resolute. So we must make the endeavour to achieve nistha or firm resolute faith. Then after we have achieved nistha and are beginning our practice of bhakti we must also transcend the four kinds of anarthas or reactions which are:

1) bhaktyottha-reactions arising from imperfect service

2) duskrtottha-reactions arising from previous piety

3) sukrtottha-reactions arising from previous sins

4) aparadhottha-reactions arising from offenses in chanting

But there is another reaction more devastating than all the others combined and this reaction we must unceasingly gaurd against or our bhakti is ruined.

1) Vaisnava aparadha-the utterly destructive and totally devastating reaction from an offense committed knowingly or unknowingly unto a Vaisnava devotee of the Supreme Lord Krishna.

I now beseech all of you with full compassion to be very, very vigilant against making any type of offense consciously or otherwise by thought, word or deed unto a Vaisnava devotee of the Supreme Lord Krishna for it will certainly destroy all your chances for progress in spiritual life totally devastating all your possibilities at the very root. So even in your dreams gaurd against this most heinous of offenses known as Vaisnava aparadha.

By taking great care in avoiding Vaisnava aparadha and neutralizing the four anarthas our nistha or faith will become resolute and we can then begin to make progress in our bhakti. From nistha comes ruci or inspiration where we begin to relish our devotion and from ruci comes asakti or attachment where we cannot give up our devotion at any cost.

We should have firm faith and complete attachment in our devotion and also to the object of our devotion which is Lord Krishna. When our inspiration reaches a certain level of attainment it will mature within both of these and then by the mercy of the spiritual master and Lord Krishna our heart will never deviate. All this is also included within the advice of mad-bhakto become my devotee.

Arjuna after reflecting on this second instruction and contemplating the situation on the battlefield concluded that it would also be very difficult for him to engage in devotional service in this way and follow the advice of mad-bhakto while fighting a war and so he humbly requested Lord Krishna to give him a method of salvation more simple and easy.

Mad-Yaji

Then Lord Krishna seeing Arjuna still needed something more simple then suggests mad-yaji offer propitiation to Me. Yaji refers to yagna or propitiation by the performance of austerities in sacrifice unto the Supreme Lord Krishna. Even if one has not developed real love for Lord Krishna as yet if they have at least a little faith they can still execute some austerities in sacrifice. These austerities are the medicine and the treatment to directly disengage us from attachments and alleviate our material entanglement.

When one is hungry and thirsty the taste of food and even water will be delicious. Food will be satisfying only to the degree that one has hunger. If one is not hungry even delectable foodstuffs will not be pleasing and there will be no satisfaction. But if we are hungry then old and stale food may even seem to be delicious and give us satisfaction. Similarly if there is no devotion in our activities then they will not be appetising for Lord Krishna and He will not be satisfied by our individuals actions.

Lord Krishna reveals that if someone simply offers to Him with devotion a leaf, a flower, a fruit or even water He will accept them and He will always accept the love we have for Him with in our hearts. So in this way following the path of devotion store this love in your heart like a treasure chest and always offer in everything you do to Lord Krishna.

In the Vedic scriptures it is written that the ultimate reality for all living beings in life is to develop pure unalloyed, loving devotion to the Supreme Lord Krishna. This devotion must be free from any duplicity or ulterior motivation and must be engaged in consistently without interruption to totally satisfy the self.

It is the Supreme Lord Krishna to who we must learn to humbly endeavour to please. Just as a loving wife always tries to please her loving husband in every way by everything she does. In the same way we should always try to please Lord Krishna in every way in everything we do. If Lord Krishna is satisfied then we have succeeded in activating our eternal relationship with Him and the purpose of human existence has been achieved and our lives have become 100% successful.

There is a wonderful story that illustrates the sentiment of worship in devotion that we will relate to you all now. There was once a brahmana that was overly influenced by jnana or analytical reasoning in performing his worship to the deity form of Lord Krishna. Once when he had to travel for one day he lovingly called his son and instructed him to bathe, dress and feed the diety of Lord Krishna while he was gone. The boy had not learned all the appropriate mantras as yet; but he had great faith and respect in the presence of Lord Krishna manifesting in the diety form. That day his mother prepared the food and bringing it before the diety the son placed a fragrant flower petal on the seat where Lord Krishna was being invited to eat. Then carefully putting a Tulasi leaf on each preperation he humbly requested with folded hands and bowed head for Lord Krishna to please accept the offerings of food.

Right away the boy saw that no food was being eaten by Lord Krishna and so he apologised to Him for not knowing all the proper mantras and beseeched Him to please eat His food anyway. After sometime when he saw that the food was still not being eaten he told Lord Krishna that it was not his fault that his father had not taught him all the proper mantras. He asked Lord Krishna will you refrain from eating just because of that? Alright if you do not eat then I will also not eat. I will fast along with you until you decide to accept this offering. Still the food remained on the plate untouched. So the boy told Lord Krishna alright if you will not eat then I will go to sleep right now without eating or even drinking. Hearing these plaintive words from the boy Lord Krishna could not restrain Himself any longer and in compassion jumped down from the altar took His seat and happily ate all the food on the plate before returning back to His position on the altar as before.

When the boy returned with the empty plate to his mother she asked where was the food. The boy told her that it was with great difficulty that he finally got Lord Krishna to eat all the offering. His mother amazed asked how is this possible? The boy said Lord Krishna ate everything mother. And his mother thinking replied now we have to go to bed hungry because there is no more food remaining.

When the brahmana returned the next morning his wife told him that they had to go to bed hungry last night because Lord Krishna had eaten all the food that was offered. The brahmana astonished replied how can this be? Reflecting further he concluded that an animal must have gotten in somehow and eaten all the food. But the son told his father that this was not the case because he had seen Lord Krishna eat all the food. The brahmana after deliberating for some time told his son to offer the food again that day and unknown to his son he hid himself so he could see if Lord Krishna was really eating the offering or not.

The boy came in and placing a fragrant flower petal down on the seat where Lord Krishna was being invited to eat and carefully putting a Tulasi leaf on every preperation he began ringing a small bell and offering the food to Lord Krishna. When the Lord did not begin eating immeadiaiely the boy asked. Why are you not eating? You must eat your dinner. What has happened? Has the food not been prepared properly? In a soft voice Lord Krishna said that today your father is hiding here. Where is my father hiding the boy replied? Lord Krishna said over there behind the curtain. That is why I am not eating. But you must eat your food anyway it is time now and I will be very unhappy if you do not eat the boy answered. Lord Krishna told the boy to go and simply touch his father. The boy did so and just by the touch of his son the boys pure sentiment and firm faith in Lord Krishna arose in the father and the father could also see that Lord Krishna was actually partaking of the food.

So this story illustrates the necessity of appropriate sentiment for performing worship to Lord Krishna. Dressing, cooking, feeding are all included in worship along with chanting, singing and glorifying. If there is no such sentiment and no such faith then one has no qualification for worship and thus their worship may or may not be accepted but with resolute faith our worship will not only be surely accepted but will be reciprocated with as well.

Arjuna contemplating the suggestion of mad-yaji offer propitiation to Me then concluded that it was also not possible for him to perform this on the battlefield and so he beseeched Lord Krishna for still a more simpler way.

Mam Namaskuru

Lord Krishna knowing that Arjuna still needed something even more simple requests him at least to: mam namaskuru just give humble obeisance to Me. What Lord Krishna is revealing here is that we should offer our obeisance without the false ego attached. What is the false ego? The false ego is the I am syndrome. Thinking I am man. Thinking I am woman. Thinking I am young. Thinking I am old. Thinking I am happy. Thinking I am sad. Thinking I am this. Thinking I am that. This is our totally false identification with the physical body. When in truth we are all eternal spiritual beings. So we must offer our humble obeisance to Lord Krishna with the realization that we are all pure, eternal spiritual beings.

Taking this instruction in our hearts we should offer obeisance to Lord Krishna in this way. For any living entity who offers obeisance to Lord Krishna in this way even once in their life are liberated from the material existence. It is like one has jumped into an endless body of water which is what the material existence is like and then once looking back one realizes that they have already crossed over it. This is what even one obeisance to the Supreme Lord Krishna awards. In the Vedic scriptures it is stated that one who has performed ten of the most exalted penance and austerities of sacrifice will take birth again; but one who has even once offered humble obeisance to Lord Krishna never takes birth again.

Exactly what does this mean? It means that when one even once offers obeisance to Lord Krishna they will never again enter the cycle of birth and death. One will not be forced to enter another womb of a mother to languish for 9 months until being born if they have even once offered obeisance to Lord Krishna with exclusive surrender. This is the actual meaning of Lord Krishna requesting mam-namaskuru just give humble obeisance to Me and Arjuna realizing that he could fulfill this final request offered hundreds of obeisances to Lord Krishna.

Srila Baladeva Vidyabhusana an exalted Vaisnava acarya in the Brahma Madhva disciplic succession wrote a glorious commentary named Gita Govinda on the Vedanta Sutra by Vyasadeva has stated comprehensively those who are qualified to receive the wisdom of the Bhagavad-Gita:

1) those who are inherently pious and reverent

2) those who are righteous and sincere following daily scriptural duties

3) those who are of controlled senses

Those who are qualified to understand the wisdom of the Bhagavad-Gita must be humble enough to approach a bonafide spiritual master in authorised disciplic succession and must come possessing three qualities:

1) pranipatena-submission

2) pariprasnena-relevant enquiry

3) sevaya-sincere service

Lord Krishna has revealed that one whose heart has not been purified by austerities, one who has not renounced their false ego and one who has never served the spiritual master and the Vaisnavas will not be eligible to understand the confidential knowledge which the Bhagavad-Gita contains no matter how intelligent they may be.

So in conclusion Lord Krishna advises man-mana-bhava absorb your mind and heart in Me and in this way mad-bhakto become My devotee and then mad-yaji offer propitiation to Me and then mam namaskuru just give humble obeisance to Me always remembering that we are not our physical bodies but effulgent and pure spiritual beings eternally.

Now all of these four instructions have become united harmoniously and this is the supreme secret, the most hidden treasure, the most confidential instruction of the Bhagavad-Gita. If anyone earnestly and sincerely follows the instructions of this single verse with great faith and love in a mood of humility following any or all of the nine branches of bhakti fully surrendered to the Lord Krishna. Then by the causeless mercy of the spiritual master they will surely cross over the vast ocean of birth and death in the material existence and attain pure love and devotion in the spiritual worlds eternally in association with the Supreme Lord Krishna.

Sanskrit

man-mana bhava mad-bhakto

mad-yaji mam namaskuru

mam evaisyasi satyam te

pratijane priyo' si me

Translation

Absorb your mind and heart in Me, become My devotee, offer propitiation to Me, just give humble obeisance to Me and surely you will come to Me. I promise this in truth to you, being very dear to Me.

Bhagavad-Gita, chapter 18, verse 65

This verse revealed by Lord Krishna is the paramount revelation within the Bhagavad-Gita. The Bhagavad-Gita is the acknowledged panacea for spiritual evolution. The instructions within the Bhagavad-Gita establish the foundation by which we can construct a palace for bhakti wherein we can perform devotion to Lord Krishna with great love. This most sacred and confidential knowledge is the goal to be attained as well as the essence to be gained from the transcendental Srimad Bhagavad-Gita of Lord Krishna!

Swami Bhaktivedanta Narayana

Sri Gaudiya Vedanta Samiti

Brahma Madhva Vaisnava Sampradaya

Jaya Srila Gurudeva .

A sabedoria do Desapego




Bom é agir e bom é abster-se da atividade; tanto isto como aquilo conduz à meta suprema. Mas, para o principiante, melhor é agir corretamente.


O verdadeiro renunciante é somente aquele que nada deseja e nada recusa, inatingido pelos opostos, tanto no seu agir como no seu desistir; não afetado nem por esperança nem por medo.


Os ignorantes tecem teorias sobre o agir e o conhecer, como se se tratasse de duas coisas distintas: mas os sábios estão convencidos de que quem faz isto, não deixa de colher os frutos daquilo.


O reino da quietude que os sábios conquistam pela meditação é também conquistado pelos que praticam ações; sábio é aquele que compreende que essas duas coisas – a consciência mística e a ação prática – são uma só em sua essência.


Difícil tarefa, herói, é alcançar o estado de renúncia sem ação e sem que o espírito da fé penetre o coração. O sábio que, pela força da verdade, renuncia a si mesmo, integra-se em Brahman.


Esse é puro de coração, forte no bem e senhor de todos os seus sentidos; a sua vida está a serviço da vida de todos, e ele realiza todas as ações sem ser escravizado por nenhuma delas.


Porquanto reconhece que não é ele que age, quando vê, ouve ou sente.


Pois, quando vê ou ouve, cheira ou come, dorme ou respira, quando abre ou fecha os olhos, quando dá ou recebe ou exerce outro ato sensório qualquer – não são senão seus sentidos que operam com esses objetos externos.


Quem tudo faz sem apego ao resultado dos seus atos faz tudo no espírito de Deus, e, como a flor de lótus, incontaminada pelo lago em que vive, permanece isento do mal.


Com todas as forças do espírito, da mente, do coração e do corpo luta o yogui pela purificação de sua alma, sem nada buscar para si mesmo em tudo o que faz.


Quem a tudo renuncia, jubiloso, alcança, já agora, a mais alta paz do espírito; mas quem espera vantagem das suas obras é escravizado pelos seus desejos.


O sábio que, em corpo terrestre, se libertou do egoísmo, habita, mesmo quando age, no céu da sua paz, na “cidade dos nove portais”; não tem desejos, nem induz outros a terem desejos.


O Senhor do Universo não cria a ação nem o impulso de agir, nem o desejo dos frutos da atividade – tudo isso nasce da natureza finita do indivíduo.


O Senhor do Universo não toma sobre si as culpas dos homens, porque está acima de todas as ações, perfeito em si mesmo. Erram os homens por sua própria ignorância, porque a luz da verdade está envolta nas trevas da ilusão.


Mas quando as trevas sedem à luz, amanhece o dia, e, assim como o sol em pleno esplendor, revela-se ao Ser Supremo.


Quem se integra no Ser Supremo e nele repousa está livre da incerteza e trilha caminho luminoso, do qual não há retorno, porque a luz da verdade o libertou do mal.


Quem vive na luz da Verdade vê Deus em todos os seres – no brâhmane e no cão, no elefante e na vaca, e até no desprezado paria.


Os que estão firmes na luz da verdade venceram o mundo, já aqui na terra, pela fé na harmonia universal; porquanto Brahman transcende todas as condições da dualidade, habitando na suprema unidade – quem o conhece, repousa em Brahman.


Quem vive firmemente consolidado na consciência de Brahman não sucumbe à alegria, na prosperidade, nem à frustração, na adversidade – mas remonta à claridade sem nuvens e se integra na Divindade.


Quem preserva sua alma livre de todas as coisas que vêm de fora realiza o seu verdadeiro EU, atinge a Paz Profunda, a beatitude do verdadeiro ser.


As alegrias que brotam do mundo dos sentidos encerram germes de futuras tristezas; vêm e vão; por isso, ó príncipe, não é nelas que o sábio busca a sua felicidade.


Feliz é aquele que, durante a vida terrestre, consegue libertar-se dos impulsos que geram paixão e ódio, estabelecendo-se firmemente no espírito da união com Deus.


É ele, na verdade, um santo, que encontra o céu dentro de si mesmo; a sua vida é uma com Brahman e abre-se-lhe a porta do nirvana.


É assim que os rishis, livres de incertezas e senhores de si mesmos, já aqui na terra, entram no nirvana da Divindade, vivendo a vida de todos os seres.


Todos os que, libertos de ódio e paixões, fortes na humildade e iluminados pela fé, superaram o seu ego humano e realizaram em si o Eu divino, todos eles se aproximaram da verdadeira Paz em Deus.


O yogui que habita na luz, que se abstém do contato com o mundo dos sentidos, cujo olho espiritual se abriu e cuja respiração espiritual se sintonizou com a respiração corporal.


Ele, que repleto da virtude de Deus, governa o coração e a mente, e, sem egoísmo, anseia pela redenção – esse se libertou de si mesmo e vive na paz eterna, aqui e por toda a parte.


Ele sabe, que EU SOU a Essência em todas as Existências; eu, o Imanifesto em todos os Manifestos: eu, a suprema e imutável Realidade em todos os mundos em incessante mutação; eu, refúgio e proteção de todas as criaturas. Quem isto sabe, encontrou a paz...

Bhagavad Gita



A epopéia Mahâbhârata, de que faz parte o Bhagavad-Gîtâ, foi compilada na forma atual entre os séculos 5 e 1 a.C.

A epopéia se reporta à grande Índia de outrora, unificada política e culturalmente, estendendo-se do Himalaia ao cabo Camorim.

Os kurus formavam um importante kula (clã) dessa época. Quando seu rei Dhritarâshtra, o rei cego, envelheceu, decidiu ceder o trono, não a seu filho Duryôdhana, mas ao primogênito de seu irmão Pându, Yudishtira; pois Duryôdhana, dado ao mal, não era digno de governar. Mas Duryôdhana apoderou-se do trono através de intrigas e traições e tratou de tentar liquidar Yudishtira e seus quatro irmãos.

Krishna, o Deus encarnado, chefe do clã Yâdava, amigo e parente dos kurus, tentou reconciliar os dois partidos, reclamando para os príncipes pândavas apenas cinco cidades. Duryôdhana recusou-se a entregar sem luta a menor parcela de terra. Tornou-se então necessário combater pela justiça e pelo direito. Todos os príncipes da Índia tomaram um ou outro partido. Krishna, imparcial, ofereceu uma escolha aos dois partidos: Duryôdhana escolheu ter aos seu lado todo o exército de Krishna, enquanto que o próprio Krishna, sozinho, passou para o outro campo, não como guerreiro, mas como simples condutor do carro de Arjuna.

Drôna, que instruíra os kurus e os pândavas na arte militar, tomou o partido de Duryôdhana, porque seu velho inimigo Drupada escolhera o outro campo. Bhîshma, tio-avô dos príncipes kuravas e pândavas, o homem que sempre vivera em castidade e era o homem mais forte de seu tempo, era o chefe do partido que tentara reconciliar kurus e pândavas. Quando fracassaram as tentativas pacíficas e a guerra tornou-se inevitável, ele decidiu, depois de examinar escrupulosamente seus deveres e sua obrigação, tomar o partido de Duryôdhana. Sabia que este estava errado e se a batalha envolvesse apenas os dois ramos da mesma família, teria permanecido neutro; mas quando viu que todos os antigos inimigos dos kurus estavam se aliando aos pândavas, decidiu lutar apenas dez dias ao lado de Duryôdhana e depois se retirar para uma morte voluntária (obtida por meios não violentos).

Do ponto de vista estritamente militar, o exército de Duryôdhana era claramente superior ao de seu adversário. Mas esta superioridade era compensada pela presença de Krishna no campo oposto.

Sanjaya, o condutor do carro do velho rei Dhritarâshtra, relata-lhe o que aconteceu no campo de Kurukshetra, onde os dois exércitos se reuniram para uma luta sem precedentes na história da antiga Índia.

É então que começa o Bhagavad-Gîtâ, o Canto Divino, assim chamado por conter as palavras de Krishna, a divindade encarnada, e por ensinar o homem a elevar-se acima da consciência humana, até uma consciência divina superior, realizando desta forma na Terra o reinado dos céus.

Baseado do Bhagavad - Gita Como Ele é por Srila Prabhupada

Canto I IGNORÂNCIA E SOFRIMENTO DE ARJUNA



Fala Krishna:

25. Eis aí reunidos os parentes dos Kurus!

Fala Sanjaya (o narrador):

26. Então viu Arjuna, nos dois exércitos, homens ligados a ele pelos vínculos do sangue: pais, avós, mestres, primos, filhos, netos, sogros, colegas e outros amigos - todos armados em guerra contra ele:

27. Com o coração dilacerado de dor e profundamente condoído, assim falou ele:

Fala Arjuna:

28. Ó Krishna! Ao reconhecer como meus parentes todos esses homens, que devo matar, sinto os meus membros paralisados, a língua ressequida no paladar, o coração a tremer e os cabelos eriçados na cabeça... Falha a força do meu braço... Cai-me por terra o arco que tendera...

29. Mal me tenho em pé... Ardem-me em febre os membros... Confusos estão os meus pensamentos... A própria vida parece fugir de mim...

30. Nada enxergo diante de mim senão dores e ais... Que bem resultaria daí, ó Keshava (um dos muitos apelidos de Krishna), se eu trucidasse os meus parentes?

31. Não, Krishna, não quero vencer. Não quero, deste modo, conquistar soberania e glória, riqueza e prazer.

32. Ó Govinda, como poderia semelhante vitória dar-me satisfação? Como me compensariam esses espólios da perda que sofreria? E que gozo teria ainda a minha vida, se a possuísse pelo preço do sangue dos únicos que me são caros, e sem os quais a vida me seria sem valor?

33. Avós, pais e filhos, aqui os vejo. Mestres, amigos, cunhados, parentes - não, não os quero matar, ó Senhor dos mundos! Nem que eles anseiem por derramar o meu sangue.

34. Não os matarei, Madhusudana, ainda que com isto lograsse domínios sobre os três mundos - menos ainda me seduz a posse da terra.

35. Dores somente me caberiam por semelhante mortandade.

36. Mesmo que os filhos dos Dhritarashtras sejam pecadores, sobre nossa cabeça recairia a culpa, se os matássemos. Não, não é lícito matá-los. E como poderíamos ser felizes, sem os nossos parentes, ó Madhava?

37. E se eles, obsedados de cobiça e cólera, não vêem pecado na rebeldia e no sangue derramado,

38. Como poderíamos nós fazer o mesmo, ó Santo? Nós que vemos pecado em matarmos nossos parentes?

39. Quando uma tribo se corrompe, perece a piedade, e com ela perece o povo - a impiedade é contagiosa!

40. Corrompe a mulher, mesclando o puro com o impuro, e abre-se o inferno ao destruído e ao destruidor.

41. Até as divindades, privadas dos sacrifícios, tombam dos céus.

42. E essa mescla de puros com impuros produz a ruína das famílias.

43. E o destino do destruidor é o inferno, consoante as escrituras.

44. Ai, que desgraça seria se trucidássemos nossos parentes, levados pela ambição do poder!

45. Bem melhor seria se nos rendêssemos aos inimigos armados e nos deixássemos matar na luta, sem armas nem defesa.



Assim dizendo, em pleno campo de batalha, deixou-se Arjuna tombar no assento da carruagem, e das mãos lhe caíram arco e flechas, porque trazia o coração repleto de amargura.

Canto II REVELAÇÃO DA VERDADE



Fala Sanjaya:

1. A ele, que estava repleto de amargura e com os olhos cheios de lágrimas, dirigiu-se Madhusudana e o consolou com as seguintes palavras:

Fala Krishna:

2. Neste momento decisivo, ó Arjuna, por que te entregas a semelhante desânimo, indigno de um Ariano e que te fecha os céus?

3. Não cedas à fraqueza, que de nada serve. Enche-te de coragem contra teus inimigos e sê o que realmente és!

Fala Arjuna:

4. Mas, como posso lutar, ó Madhusudana, e lançar flechas contra Bhisma e Drohna, que ambos merecem reverência e simpatia?

5. Bem melhor seria comer pão mendigado neste mundo do que trucidar esses grandes chefes. E, se os matasse, manchado de sangue, que seriam toda minha riqueza e os prazeres da Terra?

6. Melhor seria sucumbir às mãos deles, donde deriva gozo e felicidade, do que matá-los, a esses, sem os quais não teria fim o vácuo da minha vida.

7. Com a alma repleta de temor e compaixão, eu te suplico, Senhor, faze-me saber qual o caminho certo. Eu, teu discípulo, me refugio a Tí para saber o que devo fazer e deixar de fazer.

8. De que me serviria um reino próspero, se não me libertar da culpa? De que me serve possuir o mundo, se os que amo não mais existem?

Fala Sanjaya:

9. Assim falava Arjuna ao Senhor dos corações. "Não, não quero lutar!", suspirou - e calou-se.

10. Krishna, porém, sorrindo benevolamente, ali mesmo, em face dos dois exércitos, assim falou ao desanimado:

Fala Krishna:

11. Andas triste por algo que tristeza não merece - e tuas palavras carecem de sabedoria. O sábio, porém, não se entristece com nada, nem por causa dos mortos nem por causa dos vivos.

12. Nunca houve tempo em que eu não existisse, nem tu, nem algum desses príncipes - nem jamais haverá tempo em que algum de nós deixe de existir em seu Ser real.

13. O verdadeiro Ser vive sempre. Assim como a alma incorporada experimenta infância, maturidade e velhice dentro do mesmo corpo, assim passa também de corpo a corpo - sabem os iluminados e não se entristecem.

14. Quando os sentidos estão identificados com objetos sensórios, experimentam sensações de calor e de frio, de prazer e de sofrimento - estas coisas vêm e vão; são temporárias por sua própria natureza. Suporta-as com paciência!

15. Mas quem permanece sereno e imperturbável no meio do prazer e do sofrimento, somente esse é que atinge a imortalidade.

16. O que é irreal não existe, e o que é real nunca deixa de existir. Os videntes da Verdade compreendem a íntima natureza tanto disto como daquilo, a diferença entre o ser e o parecer.

17. Compreende como certo, ó Arjuna, que indestrutível é aquilo que permeia o Universo todo; ninguém pode destruir o que é imperecível, a Realidade.

18. Perecíveis são os corpos, esses templos do espírito - eterna, indestrutível, infinita é a alma que neles habita. Por isto, ó Arjuna, luta!

19. Quem pensa que a Alma, o Eu, que mata, ou o Eu que morre, não conhece a Verdade. O Eu não pode matar nem morrer.

20. O Eu nunca nasceu nem jamais morrerá. E uma vez que existe, nunca deixará de existir. Sem nascimento, sem morte, imutável, eterno - sempre ele mesmo é o Eu, a alma. Não é destruído com a destruição do corpo (material).

21. Quem sabe que a alma de tudo é indestrutível e eterna, sem nascimento nem morte, sabe que a essência não pode morrer, ainda que as formas pereçam.

22. Assim como o homem se despoja de uma roupa gasta e veste roupa nova, assim também a alma incorporada se despoja de corpos gastos e veste corpos novos.

23. Armas não ferem o Eu, fogo não o queima, águas não o molham, ventos não o ressecam.

24. O Eu não pode ser ferido nem queimado; não pode ser molhado nem ressecado - ele é imortal; não se move nem é movido, e permeia todas as coisas - o Eu é eterno.

25. Para além dos sentidos, para além da mente, para além dos efeitos da dualidade habita o Eu. Pelo que, sabendo que tal é o Eu, por que te entregas à tristeza ó Arjuna?

26. Se o ego está sujeito às vicissitudes de nascer e morrer, nem por isto deves entristecer-te, ó Arjuna.

27. Inevitável é a morte para os que nascem; todo morrer é um nascer - pelo que, não deves entristecer-te por causa do inevitável.

28. Imanifesto é o princípio dos sêres; manifesto o seu estado intermediário; e imanifesto é também o seu estado final. Por isto, ó Arjuna, que motivo há para a tristeza?

29. Alguns conhecem o Eu como glorioso; alguns falam dele como glorioso; outros ouvem falar dele como glorioso; e outros, embora ouçam, nada compreendem.

30. Eterno e indestrutível é o Eu, que está sempre presente em cada ser. Por isto, ó Arjuna, não te entristeças com coisa alguma.

31. De mais a mais, visando o teu próprio dever, não vaciles, porquanto, para um príncipe da classe dos guerreiros, nada é superior à uma guerra justa.

32. Felizes deveras são os guerreiros chamados a lutar numa batalha dessa natureza, que lhes vem espontaneamente como uma porta aberta para os céus.

33. Mas, se você se negar a cumprir o seu dever de combater nesta luta, incorrerá em pecado e perderá para sempre sua fama de guerreiro.

34. Todos irão comentar sua infame conduta e para quem se respeita, desonra é pior que a morte.

35. Todos estes generais que lhe têm em alta conta, por seu nome e sua fama, certamente irão pensar que foi somente por medo que você não quis lutar.

36. Todos seus inimigos falarão mal de você, demonstrando menosprêzo pelas suas qualidades. O que poderia ser mais doloroso que isso?

37. Ó bravo filho de Kunti, ou você morre na luta e vai viver outra vida nos mundos celestiais ou, se vencer, você vive para gozar nesta Terra. Por isso, lute com fé.

38. Lute apenas por lutar sem pensar em perda ou ganho, em alegria ou tristeza, em vitória ou em derrota, pois, agindo desse modo, você nunca pecará.

39. Até aqui Eu lhe falei do conhecimento obtido pelo estudo analítico da filosofia Sankhya. Ouça agora o que direi ó descendente de Bhárata, sobre o trabalho que é feito sem apego a resultados, que livra do cativeiro do trabalho mercenário.

40. Nesta via não há perda e nenhum esforço é em vão, e um pequeno avanço nela liberta do grande medo.

41. Amado filho dos kurus, quem segue por esta via de maneira resoluta possui a mente indivisa. Mas a mente do indeciso segue muitas direções.

42-43. Falsos adeptos dos Vedas desejosos de prazeres, de riqueza e de poder, faze ritos para entrar nos mundos celestiais. Eles ficam fascinados pelo linguajar florido dos antigos textos védicos, e só crêem no que existe para o gozo dos sentidos.

44. Na mente dos apegados aos prazeres dos sentidos e à riqueza material e que por isso se iludem, não ocorre a decisão de prestar serviço a Deus.

45. Os Vedas tratam das três qualidades da matéria. Eleve-se acima delas, livre-se das dualidades e do desejo de posse, Arjuna, e fixe-se no Eu.

46. O propósito cumprido pela pequena cisterna cumpre-se melhor ainda pela fonte abundante. Igualmente as intenções expressas nas escrituras cumprem-se completamente por quem conhece os propósitos que se ocultam por trás delas.

47. O direito que é devido é o de cumprir a missão e não o de reclamar o resultado da ação. Não considere a si mesmo o objetivo dos seus atos nem se prenda à inação.

48. Fixando a mente na yoga, abandonando o desejo de vitória ou de derrota, execute o seu trabalho sem apego ao resultado.

49. Ó ganhador de riquezas, liberte-se do trabalho motivado pelo lucro mantendo-se bem distante das ações abomináveis. Os míseros avarentos é que querem desfrutar dos resultados da ação. Quem é consciente de Mim serve-Me com devoção.

50. A pessoa que se ocupa em servir com devoção encontra-se liberada de todas as reações. Por isso pratique yoga que é fazer tudo com arte.

51. Os que fazem seu trabalho com inteira devoção, sem apego a resultados, conseguem se libertar do nascimento e da morte atingindo a perfeição.

52. Quando sua inteligência conseguir ultrapassar a floresta da ilusão, você então se tornará totalmente indiferente ao que se disse ou dirá.

53. Se sua mente resiste ao florido linguajar dos antigos textos védicos e permanece fixada em transe transcendental, então você realiza a consciência divina.

Arjuna fala:

54. Como se mostra a pessoa que atingiu a transcendência, em que língua ela se expressa, como se senta e caminha?

O Supremo Senhor fala:

55. Quando um homem renuncia aos desejos dos sentidos engendrados pela mente, obtendo contentamento unicamente no Eu, diz-se então que alcançou a consciência divina.

56. Quem está sempre tranquilo apesar das três misérias; quem não se deixa exaltar quando há felicidade; quem está livre do apego; quem não tem ódio nem medo; merece o nome de Sábio.

57. Neste mundo transitório quem não se deixa afetar pelo bem ou pelo mal que poderão sobrevir, sem louvá-lo ou maldizê-lo, já se encontra situado na consciência divina.

58. Aquele que for capaz de retirar os sentidos de todos os seus objetos assim como a tartaruga recolhe os membros no casco, deve ser considerado um ser auto-realizado.

59. A alma corporificada consegue renunciar aos prazeres dos sentidos muito embora ela não perca o sentido do prazer. Porque, depois de provar o gozo transcendental, ela fixa a consciência.

60. Os sentidos são tão fortes que conseguem arrastar mesmo a mente do homem sóbrio que se esforça por domá-los.

61. Quem controla os seus sentidos concentrando-se em Mim pode ser considerado um homem de mente estável.

62. Ao contemplar os objetos a eles nos apegamos, do apego vem a luxúria, e da luxúria a ira.

63. Da ira vem a ilusão, a ilusão turba a memória. A memória confundida desbarata a inteligência, e quando esta se destrói cai-se de novo no poço.

64. Quem controla os seus sentidos por praticar os princípios da liberdade regrada recebe misericórdia e então fica liberado da aversão e do desejo.

65. E para quem recebeu misericórdia divina já não existem misérias, e a inteligência fixa-se nessa condição feliz.

66. Sem consciência divina a mente não se controla nem se fixa a inteligência, sem o quê, não existe a paz. E onde não existe paz, pode haver felicidade?

67. Assim como um vento forte leva um barco mar afora, apenas um dos sentidos em que a mente se detenha pode levar para longe a inteligência do homem.

68. Arjuna de braços fortes, aquele cujos sentidos estão livre dos objetos, tem a inteligência firme.

69. O que é noite para todos é tempo de despertar para os autocontrolados. E o que é manhã para todos, para o pensativo é noite.

70. Quem não se deixa agitar pelo fluir dos desejos que entram qual rios no mar, que no entanto fica estável, é o único que tem paz; não aceite aquele que se esforça por saciar seus desejos.

71. A pessoa que abandona o sentimento de posse e os desejos dos sentidos, desprovida de egoísmo, alcança a paz verdadeira.

72. Eis o caminho da vida, divina e espiritual, onde não existe engano. Indo por este caminho, mesmo na hora da morte, chega-se ao Reino de Deus.

Canto III Yoga da Ação



Arjuna disse:

1. Por que queres me engajar nesta terrível batalha, se achas que a compreensão é superior ao trabalho, ó Keshava, ó Jnardana?

2. Minha mente está confusa com Tuas palavras dúbias; dize-me, pois, com clareza o que é melhor para mim.

O Supremo Senhor disse:
3. Eu acabei de explicar que há dois tipos de pessoas tentando entender o Eu. Umas através da mente, outras por servir à Deus.

4. Não se é livre do dever porque se deixa de agir nem se atinge a perfeição somente pela renúncia.

5. Todo mundo tem que agir de acordo com o seu carma. Nem mesmo por um momento pode algúem deixar de agir.

6. Quem reprime os seus sentidos mas não livra sua mente dos objetos do desejo está enganando a si mesmo e não passa de um farsante.

7. Mas aquele que usa a mente no controle dos sentidos praticando a devoção e agindo com desapego, é digno de ser louvado.

8. Execute o seu trabalho pois esse procedimento é melhor que a inação. Sem trabalhar não se pode nem sequer manter o corpo.

9. Deve ser feito o trabalho como um sacrifício a Deus. Pois se é feito de outro modo, ele leva ao cativeiro do mundo material. Por isso ó filho de Kunti, execute o seu trabalho para a satisfação d'Ele, e assim você será livre.

10. No início da criação o Pai de todos os seres enviou muitas gerações de homens e semideuses com o fim de executar sacrifícios para Vishnu e abençoou-os dizendo: "Que vós sejais bem felizes; através dos sacrifícios tereis o que desejardes.

11. Agradando aos semideuses eles vos serão propícios. E assim - os deuses e os homens cooperando mutuamente - haverá muita fartura".

12. Os semideuses contentes com os vossos sacrifícios saciarão vossos desejos. Mas quem desfruta das dádivas sem ofertá-las aos deuses é certamente um ladrão.

13. Os devotos do Senhor estão livres do pecado porque comem alimento ofertado em sacrifício. Os que preparam a comida para o gozo dos sentidos apenas comem pecado.

14. Nossos corpos materiais são nutridos pelos grãos produzidos pelas chuvas. As chuvas são produzidas por força dos sacrifícios, os quais são provenientes das obrigações prescritas.

15. Todas as obrigações estão prescritas nos Vedas, e os Vedas se manifestam diretamente de Deus. Por isso o Brahman Supremo é presente eternamente no rito de sacrifício.

16. Quem não adota a sequência de sacrifícios prescritos pelas escrituras védicas decerto vive em pecado. Vive em vão quem vive apenas como um servo dos sentidos, ó descendente de Pritha.

17. Mas para aquele que encontra contentamento no Eu, e se ilumina no Eu, já não há obrigação.

18. Ele já não tem razão para cumprir dever algum. Nem tampouco tem razão para não fazer o que deve. Ele também não precisa depender mais de ninguém.

19. Por isso deve-se agir sem apego a resultados, mas apenas por dever, pois agindo sem apego, o homem atinge o Supremo.

20. Mesmo os reis como Janaka chegaram à perfeição por cumprirem seus deveres. Do mesmo modo você deve fazer seu trabalho para ensinar pelo exemplo.

21. Qualquer ação praticada por um homem superior é tomada como exemplo por toda a comunidade como se fosse um padrão que todos querem seguir.

22. Ó descendente de Pritha, não há dever que me obrigue em qualquer um dos três mundos. Não sinto falta de nada nem necessito de nada, mas mesmo assim Eu Me ocupo em cumprir o que é prescrito.

23. Se alguma vez Eu deixasse de ocupar-Me com cuidado da execução dos deveres decerto todos os homens seguiriam o Meu exemplo.

24. Se Eu deixasse de cumprir os Meus deveres prescritos arruinaria os três mundos criando prole indesejada, destruindo assim a paz de todos os seres vivos.

25. Assim como os ignorantes executam seus deveres com apego aos resultados, igualmente os que são sábios também cumprem seu dever, sem desejar nada em troca, apenas com o propósito de conduzir as pessoas para o caminho correto.

26. Que o sábio não confunda a mente dos ignorantes que trabalham pelo ganho, procurando encorajá-los a abster-se de trabalhar. Ele só deve ensiná-los a servir com devoção.

27. A alma estando confundida pelo mundo material coloca-se como autora do que na verdade é feito pela ação da natureza.

28. Quem possui conhecimento da Realidade Absoluta, Arjuna de braços fortes, não se ocupa na procura dos prazeres dos sentidos, pois bem sabe a diferença entre agir por devoção ou apegado aos resultados.

29. Por estarem confundidos pelas três qualidades da matéria, os ignorantes se ocupam com os assuntos mundanos, ficando muito apegados. Não deve, no entanto, o sábio por causa disso agitá-los. Eles agem desse modo por falta de entendimento.

30. Por esse motivo, Arjuna, com a mente fixa em Mim, sem desejar nada em troca, e ofertando-Me os teus atos, lute sem deanimar!

31. Quem executa os deveres conforme os Meus preceitos, quem segue Minhas lições com muita fé e devoção, sem se levar pela inveja, fica livre da prisão do trabalho interesseiro.

32. Mas os que, devido à inveja, não praticam Meus preceitos, privam-se completamente de todo o conhecimento, malogrando seus esforços de atingir a perfeição.

33. A té mesmo os eruditos não podem deixar de agir de acordo com os ditames de sua própria natureza. Que adianta se reprimir?

34. Todo mundo experimenta atração ou repugnância pelos objetos sensíveis; mas ninguém deve servir ao império dos sentidos que são pedras no caminho que leva à libertação.

35. É muito melhor cumprir, embora imperfeitamente, as próprias obrigações do que cumprir as dos outros da maneira mais perfeita. Morrer cumprindo o dever é correr menos perigo do que perder seu caminho.

Arjuna disse:
. Ó descendente de Vrishni, o que faz o homem pecar, embora contra a vontade, como se fosse forçado?

O Supremo Senhor fala:
. É tão-somente a luxúria gerada pela paixão que mais tarde se transforma em ira, a grande inimiga pecaminosa e voraz devoradora de tudo.

38. Como o fumo cobre o fogo, a poeira cobre o espelho e o útero cobre o feto, de maneira similar o ser vivo está coberto por camadas de luxúria.

39. Desse modo a consciência é coberta de luxúria, que é sua eterna inimiga, pois nunca se satisfaz e arde tanto como o fogo.

40. A mente e os cinco sentidos, assim como a inteligência, são moradas da luxúria, que cobrindo a consciência do ser vivo, o desnorteia.

41. Sendo assim, filho de Bhárata, subjugue desde o princípio o causador do pecado controlando os seus sentidos, e aniquile o matador da alma e do conhecimento.

42. Os sentidos se situam acima dos seus objetos. Mais acima dos sentidos está situada a mente. Em posição superior se situa a inteligência e, acima desta, está a alma.

43. Sabendo então que transcende, tanto aos sentidos e à mente, assim como à inteligência, deve por isso a Pessoa, Arjuna de braços fortes, domar o eu inferior e, com a força do espírito, vencer de vez a luxúria, esse inimigo terrível.
http://www.bhagavad-gita.org/Images/header2.jpg

The Disciplic Succession
of the
Brahma Madhva Gaudiya Vaisnava Sampradaya


LORD KRISHNA

evam uktva tato rajan maha-yogesvaro harih
darsayamasa parthaya paramam rupam aisvaram

aneka-vaktra-nayanam anekadbhuta-darsanam

aneka-divyabharanam divyanekodyatayudham

divya-malyambara-dharam divya-gandhanulepanam

sarvascaryamayam devam anantam visvato-mukham
The Supreme Lord Krishna exhibited His omnipotent and almighty universal form of innumerable faces and eyes, revealing innumerable miraculous wonders, decorated with innumerable, dazzling ornaments, armed with innumerable gleaming weapons, magnificently attired and resplendently garlanded, annointed with equisite, celestial fragrances; phenomenally astounding, unlimited, effulgent and all pervading.
Bhagavad-Gita, chapter 11, verses 9,10,11
isvarah paramah krishna sac-cid-ananda vigrahah
anadir adir govindah sarva karana karanam

Lord Krishna is the supreme absolute controller, whose form is pure immortality, omniscience and bliss. He is without beginning, the origin of all, the cause of all causes and the source of the eternal Vedas.

Brahma Samhita, Chapter 5, Verse 1


ete camsa-kalah pumsah krishnas tu bhagavan svayam
indras vyakulam lokam mrdayanti yuge yuge
All the incarnations are plenary portions or explansions of plenary expansions appearing in various universes to protect the theists; but Lord Krishna is the original Supreme Lord and the source of all.
Srimad Bhagavatam, Canto 1, chapter 3,verse 28


sarvasya caham hrdi sannivistho mattah smrtir jnanam apohanam ca
vedais ca sarvair aham eva vedyo vedanta-krd veda-vid eva caham
Lord Krishna said I am situated as the soul within the heart of all beings, remembrance and forgetfulness comes from me. I can be known by the knowledge of the Vedas. I am the original creator of the Vedic scriptures and a knower of the Vedas.
Bhagavad-Gita, chapter 15, verse 15


Factually all the Vedic scriptures unamimously are the establisher of Lord Krishna as the Supreme Lord of all; but the unique speciality of the Bhagavad-Gita is that the Supreme Lord Krishna is directly speaking this divine revelation Himself.


bhaktya tu ananyaya sakya aham evam-vidho r'juna
jnatum drastum ca tattvena pravestum ca parantapa
Lord Krishna said only by unalloyed devotional service can I be understood as I am and can be seen directly. Only in this way can one enter into the mystery of my understanding.
Bhagavad-Gita, chapter 11, verse, 54


The relationship between the Supreme Lord Krishna and the Bhagavad-Gita is that Lord Krishna is the established and the Bhagavad-Gita is the establisher. The subject matter of the Bhagavad-Gita categorically and scientifically in a complete and comprehensive way establishes the eternal reality of Lord Krishnas as the supreme ultimate truth. The accomplished objective of Bhagavad-Gita confirms that the highest goal in all of existence is to surrender fully unto Lord Krishna and by the cessation of ignorance and all other obstacles in the material worlds become liberated by loving devotion in this very life and join Him in His transcendental and blissful pastimes eternally.
krsnam enam avehi tvam atmanam akhilatmanam
jagad-dhitaya so'py atra dehivabhati mayaya
Understand that the Supreme Lord Krishna is the original soul of all living entities. For the benefit of the whole universe He has out of His causeless mercy manifested Himself appearing as a human being. He has manifested this by the power of His internal potency.
Srimad Bhagavatam, Canto 10, chapter 14, verse 55


Brahma

brahmovaca
tad astu me natha sa bhuri-bhago
bhave'tra vanyatra tu va tirascam
yenaham eko'pi bhavaj-jananam
bhutva niseve tava pada-pallavam
Lord Brahma said: My dear Lord Krishna, I pray to be so fortunate that in this life or in another life, wherever I may take birth even if it is in the animal species that I may be your devotee and engage myself in your devotional service.
Srimad Bhagavatam, Canto 10, chapter 14, verse 30

Narada Muni

tubyam ca narada bhrsam bhagavan vivrddha
bhavena sadhu paritusta uvaca yogam
jnanam ca bhagavatam atma-satattva-dipam
yad vasudeva-sarana vidur anjasaiva
O' Narada being very satisfied by your goodness and service you were taught the ultimate science of transcendental devotion to the Supreme Lord fully illuminating the truth of the soul which is perfectly known by souls surrendered to Lord Krishna.
Srimad Bhagavatam, Canto 2, chapter 7, verse 9

Krishna Dvaipayana Vyasa

kalena milita-dhyam avamrsya nrnam
stokayasam sva-nigamo bata dura-parah
avirhitas tu anuyugam sa hi satyavatyam
veda-drumam vita-paso vibhajisyati sma
In course of time Vyasa bearing in mind the intelligence and short life span of humanity at large considered his compilation of the Vedas to be too difficult, so he divided the Vedic knowledge into different branches.
Srimad Bhagavatam, Canto 2, chapter 7, verse 36

Madhvacarya

visnuswami vamanangsastatha madhvastu brahmanah
ramanujastu sesangsa nimbaditya sanakasya ca
Visnuswami, Madhvacarya, Ramanuja and Nimbaditya will appear respectively as a portion of Vamana, Brahma, Ananta Sesha and Sanaka Kumara.
Garga Samhita, Canto 10, chapter 61, verse 24

It is verified in Garga Samhita:

vamanas vidih sesah sanako visnu vakyatah
dharmartha hetave caite bhavisyanti dvijah kalau
Vamana, Brahma, Ananta Sesha and Sanaka Kumara will appear as brahmanas by the order of Visnu, for the preservation of eternal righteousness in kali yuga.
visnuswami vamanangsastatha madhvastu brahmanah
ramanujastu sesangsa nimbaditya sanakasya ca
Visnuswami, Madhvacarya, Ramanuja and Nimbaditya will appear respectively as a portion of Vamana, Brahma, Ananta Sesha and Sanaka Kumara.
ete kalau yuge bhavyah sampradaya pravartakah
samvatsare vikrama catvarah ksiti pavanah
These four saviours will be the establishers of the four authorised and empowered spiritual channels of disciplic succession in the period calculated from the reign of King Vikrama in 54 B.C. subsequently through the 432,000 year cycle of kali yuga.
sampradaya vihina ye mantraste nisphalah smritah
tasmacca gamanang hyasti sampradaya narairapi
These four authorised and empowered spiritual channels of disciplic succession are to be fully accepted by all beings; as any word, combination of words or formulation of sound frequencies, invoked or addressed, audible or inaudible, secret or revealed, ancient or contemporary outside their auspices prove to have absolutely no efficacy.

Garga Samhita, Canto 10, chapter 61, verses 23, 24, 25, 26

Visnuswami
Rudra Vaisnava Sampradaya

Madhvacarya
Brahma Vaisnava Sampradaya
Ramanuja
Sri Vaisnava Sampradaya
Nimbaditya
Kumara Vaisnava Sampradaya

Brahma Madhva Gaudiya Vaisnava Sampradaya

LORD KRISHNA
Brahma
Narada Muni
Krishna Dvaipayana Vyasa
Madhvacarya
Padmanabha
Narahari
Madhava
Aksobhya
Jayatirtha
Jnanasindhu
Dayanidhi
Vidyanidhi
Rajendra
Jayadharma
Purusottama
Brahmanyatirtha
Vyasatirtha
Laksmipati
Nityananda Prabhu, Madhavendra Puri
Advaita Acarya, Isvara Puri
SRI KRISHNA CAITANYA MAHAPRABHU
Svarupa Damodara, Sanatana Goswami
Rupa Goswami
Jiva Goswami, Ragunatha Goswami
Krishna das Kaviraj
Narottama
Visvanatha Cakravarti
Baladeva Vidyabhusana
Uddharan Dasa
Madhusudana Dasa
Jagannatha das Babaji
Bhaktivinode Thakura
Gaura Kishore das Babaji
Bhakti Siddhanta Saraswati Prabhupada
Bhakti Prajnana Keshava, Bhaktivedanta Swami
Bhaktivedanta Vamana, Bhaktivedanta Narayana

Srila Jagannatha das Babaji

gauravirbhava-bhumes tvam nirdesta saj-jana-priyah
vaisnava-sarvabhaumah sri jagannathaya te namah
I offer my humble obeisance to Srila Jagannatha das Babaji, chief among the Vaisnavas and dear to saintly souls and who confirmed the appearance place of Sri Krishna Caitanya Mahaprabhu.

Srila Bhaktivinode Thakura

namo bhakti vinodaya sac-cid-ananda-namine
gaura-sakti-svarupaya rupanuga-varaya te
I offer my humble obeisance to Srila Saccidananda Bhaktivinode Thakura, who is the personified energy of Sri Krishna Caitanya Mahaprabhu and who follows the rupanuga path of Rupa Goswami.

Srila Gaura Kishore das Babaji

namo-gaura-kishoraya saksad-vairagya-murtaye
vipralambha-rasanbhode padambujaya te namah
I offer my humble obeisance to Srila Gaura Kishora das Babaji, who is the personification of renunciation immersed in the ocean of seperation from Lord Krishna.

Srila Bhakti Siddhanta Saraswati Prabhupada

namah om visnupadaya krishna prestaya bhutale
srimate bhakti siddhanta-saraswati iti namine
I offer my humble obeisance unto Srila Bhakti Siddhanta Saraswati Prabhupada, who is very dear to Lord Krishna in this world having taken shelter of the Lords lotus feet.

Srila Bhakti Prajnana Keshava Goswami Maharaj

namah om visnupadaya acarya-simha rupine
sri srimad bhakti prajnan keshava iti namine
I offer my humble obeisance unto Srila Bhakti Prajnan Keshava, the lion-like acarya who never fears having taken shelter of Lord Krishna.

Srila Bhaktivedanta Vamana Maharaj

namah om visnupadaya caitanya prestaya bhutale
acarya murta vigrahaya vaman goswami iti namine
I offer my humble obeisance unto Srila Bhaktivedanta Vaman Goswami Maharaja, the acarya who is like the deity personified and who is very dear to Sri Krishna Caitanya Mahaprabhu in this world.

Srila Bhaktivedanta Narayana Maharaj

Bhakti Master

Srila Bhakti Prajnana Kesava Gosvami Maharaja

Srila A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada
©Bhaktivedanta Book Trust

srila_bv_narayana.jpg

Srila Bhakti Prajnana Kesava Gosvami Maharaja Srila A.C. Bhaktivedanta Swami PrabhupadaSrila Bhaktivedanta Narayana Gosvami Maharaja

divider.png
Lord Sri Krishna
Sri Krsna
©Bhaktivedanta Book Trust
Read more...
Lord Brahma
Sri Brahma
©Bhaktivedanta Book Trust
Read more...
Sri Narada Muni
Sri Narada Muni
©Bhaktivedanta Book Trust
Read more...
Srila Vyasa
Sri Vyasa
©Syamarani dasi
Read more...
Sri Madhva
Sri Madhva
Read more...
Madhva to Madhavenda Puri
Image
Madhavendra Puri
Sri Madhavendra Puripada
Read more...
Isvara Puri
Golden Tilak
Read more...
Sri Caitanya Mahaprabhu
Sri Caitanya Mahaprabhu
Read more...
Srila Sanatana Gosvami
Image
Read more...
Srila Rupa Gosvami
Image
Read more...
Sri Raghunatha Gosvami
Srila Ragunatha dasa gosvami
Read more...
Srila Jiva Gosvami
Image
Read more...
Sri Krsnadas Kaviraja Gosvami
Srila Krsna Dasa Kaviraja
Read more...
Sri Narotama, Srinivas, Syamananda
Srila Narotam dasa Thakur
Read more...
Sri Vishvanatha Cakravati Thakur
Sri Vishvanatha
©Syamarani dasi
Read more...
Sri Baladeva Vidyabhusana
Srila Baladeva Vidyabhusana
Read more...
Sri Jagannatha das Babaji
Srila Jagganatha dasa babaji
Read more...
Srila Bhaktivinode Thakur
Image
Read more...
Srila Gaurakisora Dasa Babaji Maharaja
Image
Read more...
Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakura Prabhupada
Srila Bhaktisiddhanta Saraswati Prabhupada
Read more...
Srila Bhakti Prajnana Kesava Gosvami
Image
Read more...
Srila A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada
Image
Read more...
Srila Bhaktivedanta Vaman Gosvami
Image
Read more...
Srila Bhaktivedanta Narayana Gosvami Maharaja
Image
Read more...

Bhakti Yoga Teachers

The Bhakti Yoga practitioners, listed by ashram, age, and initiation date, are speakers on Bhakti Yoga world wide. The schedules and locations of those that travel can be seen by clicking on their photos.

Image
Sripad BV Ashram Maharaj
Read more...
Image
Sripad BV Avadhuta Maharaja
Read more...
BV Bhagavat Maharja
Sripad BV Bhagavat Maharaja
Read more...
Image
Sripad BV Bhagavat Maharaja
Read more...
Image
Sripad BV Damodara Maharaja
Read more...
Sripad BV Dandi Maharaja
Sripad BV Dandi Maharaja
Read more...
Sripad BV Giri Maharaja
Sripad BV Giri Maharaja
Read more...
Sripad BV Madhava Maharaja
Sripad BV Madhava Maharaja
Read more...
Sripad BV Muni Maharaja
Sripad BV Muni Maharaja
Read more...
Sripad BV Nemi Maharaja
Sripad BV Nemi Maharaja
Read more...
Sripad BV Padmanabha Maharaja
Sripad BV Padmanabha Maharaja
Read more...
Image
Sripad BV Sadhu Maharaja
Read more...
Sripad BV Sagar Maharaja
Sripad BV Sagar Maharaja
Read more...
Sripad BV Sajjana Maharaja
Sripad BV Sajjana Maharaja
Read more...
Sripad BV Suddhadvaiti Maharaja
Sripad BV Suddhadvaiti Maharaja
Read more...
Sripad BV Srauti Maharja
Sripad BV Srauti Maharja
Read more...
Sripad BV Tirtha Maharaja
Sripad BV Tirtha Maharaja
Read more...
Sripad BV Tridandi Maharaja
Sripad BV Tridandi Maharaja
Read more...
Sripad BV Vana Maharaja
Sripad BV Vana Maharaja
Read more...
Sripad BV Vaikhanas Maharaja
Sripad BV Vaikhanas Maharaja
Read more...
Sripad BV Vaisnava Maharaja
Sripad BV Vaisnava Maharaja
Read more...
Sripad BV Vishnu Daivata Maharaja
Sripad BV Vishnu Daivata Maharaja
Read more...
Image
Sripad BV Vishnu Maharaja
Read more...
Srimati Syamarani devi dasi
Srimati Syamarani devi dasi
Read more...
Sripad Rasananda dasa
Sripad Rasananda dasa
Read more...
Sriman Ramachandra dasa
Sriman Ramachandra dasa
Read more...
Sriman Jagan Mohan dasa
Sriman Jagan Mohan dasa
Read more...
Sriman Mukunda dasa
Sriman Mukunda dasa
Read more...
Sriman Prem Prayojan dasa
Sriman Prem Prayojan dasa
Read more...
Sriman Kishorimohan dasa
Sriman Kishorimohan dasa
Read more...
Srimati Sudevi didi
Srimati Sudevi didi
Read more...
Srimati Caru Chandrika dasi
Srimati Caru Chandrika dasi
Read more...

HARI KATHA


Bhakti Love A Yoga do Amor

Interview with Srila Bhaktivedanta Narayana Gosvami Maharaja

Srila Bhaktivedanta Narayana Maharaja

Interview by a Reporter
Perth, Australia: December 23, 1998
[Respected Readers, Please accept our humble obeisances. We pray that those of you who are new to Krsna consciousness, and also those of you who are already experienced practitioners, will find inspiration from the following interview with Srila Bhaktivedanta Narayana Gosvami Maharaja. (You can also see the video of this interview by clicking on the link at the bottom of the lecture).
Your servants, the Harikatha team]
Mantra Meditation
Japa Mala
Life of Sri Chaitanya Mahaprabhu
Life of Sri Caitanya Mahaprabhu
©Bhaktivedanta Book Trust
God, Love and Reincarnation
Image
The Search for Happiness
Search for Happiness
Message for Planet Earth
Message for Troubled Planet
How to Find a Sadhu?
Sadhu
Search For Truth
Search for Truth
Sri Krishna As Guru
Sri Krishna as Guru
© Syamarani dasi
Only by Guru's Grace
Only by Guru's Grace
©Bhaktivedanta Book Trust
Selected Nectarean Advice
Nectar

Galeria de Fotos de Srila Gurudeva


Srila Bhaktivedanta Narayana Gosvami Maharaja
Srila Gurudeva
Srila Bhaktivedanta Narayana Gosvami Maharaja
Srila Gurudeva
Srila Bhaktivedanta Narayana Gosvami Maharaja
Srila Gurudeva
Srila Bhaktivedanta Narayana Gosvami Maharaja
Srila Gurudeva
Srila Bhaktivedanta Narayana Gosvami Maharaja
Srila Gurudeva
Parikrama
Parikrama
Parikrama
Parikrama
Parikrama
Parikrama
Parikrama
Parikrama
Parikrama
Parikrama
Parikrama
Parikrama
People
People
People
People
Transcendental Art
Transcendental Art
Transcendental Art
Transcendental Art
Transcendental Art
Transcendental Art

Dandavats e Pranamas ! Sejam Todos Bem Vindos ....

Om Namo Bhagavate Vasudevaya

Om Namo Bhagavate Vasudevaya

Om Namo Bhagavate Vasudevaya

हरे कृष्णा हरे कृष्णा = hare krsna hare krsna
कृष्णा कृष्णा हरे हरे = krsna krsna hare hare
हरे राम हरे राम = hare rama hare rama
राम राम हरे हरे = rama rama hare hare